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Maluf vai depor sobre origem de US$ 1,8 mi em conta na França
Processo investiga suposta lavagem de dinheiro
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf (PP) ficará
nesta semana frente a frente
com o juiz francês Henri Pons,
que, em 2003, deteve o político
e sua mulher, Sylvia Maluf, por
11 horas em delegacia, para que
explicassem a origem de US$
1,8 milhão depositado no país.
Maluf, Sylvia, o filho do casal
Flávio e a ex-mulher deste, Jacqueline, serão ouvidos num
processo criminal movido pelos magistrados Pons e Jean-Marie d'Huy, do Tribunal de
Grande Instância de Paris, por
suposta lavagem de dinheiro.
O depoimento de Maluf e de
Sylvia foi agendado para segunda-feira. O do filho e da ex-nora, para o dia seguinte. Como
deputado, Maluf tem a prerrogativa de escolher outro dia.
Segundo documentos bancários franceses, Maluf e Sylvia
são titulares de uma conta no
Crédit Agricole, em Paris. O
saldo, de US$ 1,8 milhão, foi
bloqueado em 2003 pela Justiça francesa, que quer saber a
origem do dinheiro.
Processo com teor idêntico
também tramita no Brasil. Foi
iniciado, na época, pelo Ministério Público Federal em São
Paulo e, há mais de dois anos,
desde que Maluf foi empossado
deputado, está com o ministro
do Supremo Tribunal Federal
Ricardo Lewandowski.
Flávio Maluf e a ex-mulher
serão ouvidos porque uma empresa criada por eles em Liechtenstein, a Fundação Blackbird, depositou na conta francesa US$ 1.455.321,50.
O deputado nega que tenha
conta fora do Brasil. A conta
bancária na França é de Sylvia,
segundo ele, fruto do imóvel
que ela recebeu por herança no
Brasil. A reportagem não conseguiu entrar em contato com
advogados do ex-prefeito.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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