São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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PAINEL

Só no papel
Em um dos inquéritos sobre a gestão petista em Ribeirão Preto, três engenheiros da prefeitura afirmam ter sido obrigados a preencher sistematicamente ordens de serviço falsificadas para justificar pagamentos feitos à Leão Leão, então responsável pela coleta de lixo na cidade.

Quem mandou
Segundo depoimento de Sergio Antonio de Freitas, Mauro Pereira Júnior e Marilene do Nascimento Falsarella, a determinação partia de Isabel Bordini, que como o marido, Donizeti Rosa, ocupou variados cargos nas gestões de Antonio Palocci. Rosa está agora em Brasília. É superintendente do Serpro.

Documentado
As ordens de serviço preenchidas pelos três funcionários para justificar pagamentos à Leão Leão, empresa suspeita de ter alimentado o caixa dois do PT, foram anexadas ao inquérito.

Pólvora seca
A Força Sindical, do pedetista Paulinho, manteve durante dias, no topo de seu edifício-sede em São Paulo, uma bateria de fogos para comemorar a queda de Palocci. A artilharia foi estocada após a ida do petista ao Senado.

Festa no apê
Sindicalistas de todo o Brasil, muitos ligados à CUT do ministro Luiz Marinho (Trabalho), comemoraram ontem em uma churrascaria de Brasília a derrubada da MP da Super-Receita.

Asas cortadas
A cúpula da CPI dos Correios descartou liberar seus técnicos para investir na suspeita de conexão entre Delúbio Soares e empresários angolanos. A ordem é focar nas frentes já abertas: valerioduto e estatais.

Fio do bigode
A eventual diminuição do prazo da CPI dos Correios, negociada sob a batuta de Delcídio Amaral (PT-MS), será feita por entendimento. Oficialmente, a data-limite fica mesmo abril.

Sucesso de público
No quesito "celebridade", não deu José Serra nem Geraldo Alckmin na convenção tucana. Aécio Neves, chamado pelo humorista Tom Cavalcanti de "governador mais galã do Brasil", não parou de autografar camisetas e de jogar beijos na direção de militantes eufóricas.

Saia-justa
Calouro tucano, o ex-prefeito de Salvador Antonio Imbassahy encontrou na convenção Antonio Carlos Magalhães, com quem rompeu ao deixar o PFL. O senador fingiu não ver o ex-pupilo, mas os também baianos Cesar Borges e Rodolpho Tourinho o cumprimentaram.

Vapt-vupt
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), encerrou a sessão do plenário ontem às 9h05, sem quórum. O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), ficou na cidade só para registrar presença, mas não conseguiu. Chegou às 10h.

Bem a calhar
Se a sessão de segunda também não obtiver quórum, a CCJ não poderá votar na terça o recurso de José Dirceu (PT-SP) contra sua cassação, o que impediria a votação em plenário, marcada para quarta-feira.

Pena engajada
Manoel de Barros enviou carta a Iracema, viúva do ambientalista Francisco Anselmo, que morreu depois de atear fogo ao corpo em protesto contra instalação de usinas no Pantanal. "Foi uma imolação pela pátria que na terra do "mensalão" destoa", escreveu o poeta mato-grossense.

Cartão vermelho
A Assembléia Legislativa do Maranhão rejeitou as contas de 2004 do governador José Reinaldo (PSB). O Tribunal de Contas do Estado havia apontado uma série de irregularidades que o Legislativo, onde o inimigo da família Sarney normalmente tem maioria, referendou.

TIROTEIO

Do deputado petista Luciano Zica sobre FHC, que em discurso na convenção tucana acusou a gestão Lula de ter criado uma "armadilha econômica" com a "ultra-ortodoxia" seguida pelo Ministério da Fazenda:
-O ex-presidente quer o impossível: que esqueçamos os oitos anos de seu governo.

CONTRAPONTO

Emprego certo

O deputado estadual Campos Machado discursava recentemente em um jantar na zona norte paulistana que reuniu empresários e sindicalistas. O petebista alternava citações filosóficas e passagens bíblicas.
Na platéia, o ex-vereador e presidente do Sindicato dos Professores Municipais de São Paulo Cláudio Fonseca, recém-saído do PC do B após divergências com a direção do partido, era dos mais compenetrados.
O deputado, vice-presidente nacional do PTB, falava sobre a lealdade na política, condenando quem trai esse princípio.
Ao final, Fonseca o procurou:
-Deputado, se o senhor não conseguir se reeleger no ano que vem, não ficará um minuto desempregado-, disse.
-Como assim?-, perguntou Campos Machado ressabiado.
Fonseca emendou:
-Pode atuar como encantador de serpentes!


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