São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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Críticas do PSDB visam antecipar 2006, diz PT

ADRIANO CEOLIN
FERNANDA KRACOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem que as declarações de lideranças do PSDB comprovam a tese do uso político da investigações do Congresso para antecipar a disputa de 2006.
"Eles estão confessando que anteciparam a agenda do ano que vem. Isso está claro desde o começo da crise política. Sempre trabalharam com o objetivo de desgastar o governo do presidente Lula."
Berzoini comentou em tom irônico as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a necessidade de se recuperar a "decência": "Então, para recuperar a decência, o Fernando Henrique vai trazer de volta o Eduardo Jorge e o Ricardo Sérgio", referindo-se a dois personagens acusados no governo FHC.
Em agosto deste ano, o deputado José Dirceu (SP), pediu desculpas a Eduardo Jorge pelas acusações que fez contra ele -as quais depois não foram provadas: "Prejulguei de maneira errada. Reconheço que cometi um erro".
O ministro das Relações Institucionais, Jacques Wagner, afirmou que FHC se rebaixou ao fazer críticas ao presidente: "Sinto que ele não valorize sua condição de ex-presidente da República para atuar de forma discreta e construtiva, como é da tradição dos ex-presidentes da República, e desça ao nível de argumentação que não corresponde à sua estatura de ex-primeiro-mandatário da nação".
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), atribuiu a "agressividade" tucana ao "desespero" provocado pelo bom desempenho do governo Lula. "Apesar de toda essa agressividade, a vida da população melhorou, tiramos o país do FMI. Isso provoca desespero eleitoral e vai levando a essa agressividade."
Mercadante também refutou as acusações de corrupção feitas pelos tucanos. "Houve graves denúncias no governo anterior, especialmente nas privatizações. A diferença é que tudo hoje é apurado, o que não acontecia no governo passado, que varreu muita coisa para debaixo do tapete", disse.
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), defendeu o direito de Lula de disputar a reeleição: "Fernando Henrique fez todo o esforço para aprovar a reeleição. Ele esperava que Lula pudesse abdicar desse direito?".
O líder interino do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), também avaliou que o PSDB antecipou o embate eleitoral de 2006. "O assanhamento deles vem desmascarar que abriram a campanha com um ano de antecedência", disse.


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