São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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CORREIOS

Relator volta a defender fim de CPI em fevereiro

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI dos Correios, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou ontem que quer concluir antecipadamente os trabalhos da comissão. O prazo original para o término das investigações era dezembro, mas um requerimento apresentado pelo PFL prorrogou a CPI até abril, contrariando o governo.
A proposta defendida por parlamentares da base aliada e do PSDB que integram a CPI é terminar as investigações em fevereiro. O PFL, no entanto, é contra a antecipação do fim dos trabalhos.
"Resolvemos mostrar à sociedade que vamos agilizar os trabalhos. Se conseguirmos concluir antes, vamos fazer, é um consenso. Não queremos contaminar a investigação com o processo eleitoral, o que naturalmente vai acontecer", disse Serraglio.
A intenção do presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), é oferecer uma solução para o Palácio do Planalto, que não quer estender a crise para o próximo ano, quando há eleições. Os governistas ainda estão recorrendo da decisão de prorrogar a comissão até abril.

PSDB
Já o PSDB quer antecipar o final da CPI por avaliar que, às vésperas das eleições, ela teria efeito negativo tanto no PT quanto no PSDB. Essa seria a interpretação do prefeito de São Paulo, José Serra, o único com condições no momento, de acordo com as últimas pesquisas, de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num eventual segundo turno.
Em depoimento à CPI, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) admitiu ter utilizado caixa dois em sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998, mas responsabilizou o tesoureiro Cláudio Mourão pelo fato.
O líder do PSDB, deputado federal Alberto Goldman (SP), nega que o partido esteja participando de um acordo nesse sentido. "Não há intenção de abreviar a CPI dos Correios, ela tem que funcionar. Se terminar mais cedo tudo bem, mas pediremos mais prazo se for necessário", disse ele.
Goldman também negou que o prefeito de São Paulo interfira na atuação dos parlamentares do PSDB na CPI, embora tenha admitido que ele segue de perto os trabalhos. "Ele estava acompanhando principalmente na época dos depoimentos, ligava no meio, sugeria perguntas. Ele sempre esteve presente, mas definir prazos não fez em nenhum momento", afirmou o líder tucano.

Manobra
O governo convenceu 66 deputados a retirar as assinaturas do requerimento de prorrogação da CPI. A manobra não teve sucesso porque o documento ficou com o apoio de 171 deputados -o mínimo necessário.
O deputado Carlos Willian (PMDB-RJ) recorreu à Mesa da Câmara para a retirada de sua assinatura. O requerimento excluindo o seu apoio foi apresentado antes de a oposição protocolar o documento que incluía sua assinatura, logo não foi considerado. O mesmo aconteceu com o deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA).


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