|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CORREIOS
Relator volta a defender fim de CPI em fevereiro
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da CPI dos Correios,
deputado federal Osmar Serraglio
(PMDB-PR), afirmou ontem que
quer concluir antecipadamente
os trabalhos da comissão. O prazo
original para o término das investigações era dezembro, mas um
requerimento apresentado pelo
PFL prorrogou a CPI até abril,
contrariando o governo.
A proposta defendida por parlamentares da base aliada e do
PSDB que integram a CPI é terminar as investigações em fevereiro.
O PFL, no entanto, é contra a antecipação do fim dos trabalhos.
"Resolvemos mostrar à sociedade que vamos agilizar os trabalhos. Se conseguirmos concluir
antes, vamos fazer, é um consenso. Não queremos contaminar a
investigação com o processo eleitoral, o que naturalmente vai
acontecer", disse Serraglio.
A intenção do presidente da
CPI, senador Delcídio Amaral
(PT-MS), é oferecer uma solução
para o Palácio do Planalto, que
não quer estender a crise para o
próximo ano, quando há eleições.
Os governistas ainda estão recorrendo da decisão de prorrogar a
comissão até abril.
PSDB
Já o PSDB quer antecipar o final
da CPI por avaliar que, às vésperas das eleições, ela teria efeito negativo tanto no PT quanto no
PSDB. Essa seria a interpretação
do prefeito de São Paulo, José Serra, o único com condições no momento, de acordo com as últimas
pesquisas, de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num
eventual segundo turno.
Em depoimento à CPI, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) admitiu ter utilizado caixa
dois em sua campanha à reeleição
ao governo de Minas, em 1998,
mas responsabilizou o tesoureiro
Cláudio Mourão pelo fato.
O líder do PSDB, deputado federal Alberto Goldman (SP), nega
que o partido esteja participando
de um acordo nesse sentido. "Não
há intenção de abreviar a CPI dos
Correios, ela tem que funcionar.
Se terminar mais cedo tudo bem,
mas pediremos mais prazo se for
necessário", disse ele.
Goldman também negou que o
prefeito de São Paulo interfira na
atuação dos parlamentares do
PSDB na CPI, embora tenha admitido que ele segue de perto os
trabalhos. "Ele estava acompanhando principalmente na época
dos depoimentos, ligava no meio,
sugeria perguntas. Ele sempre esteve presente, mas definir prazos
não fez em nenhum momento",
afirmou o líder tucano.
Manobra
O governo convenceu 66 deputados a retirar as assinaturas do
requerimento de prorrogação da
CPI. A manobra não teve sucesso
porque o documento ficou com o
apoio de 171 deputados -o mínimo necessário.
O deputado Carlos Willian
(PMDB-RJ) recorreu à Mesa da
Câmara para a retirada de sua assinatura. O requerimento excluindo o seu apoio foi apresentado antes de a oposição protocolar
o documento que incluía sua assinatura, logo não foi considerado.
O mesmo aconteceu com o deputado federal Wladimir Costa
(PMDB-PA).
Texto Anterior: Críticas do PSDB visam antecipar 2006, diz PT Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Fogo amigo: Debate com Palocci mal começou, diz Dilma Índice
|