DE GENEBRA

O promotor Armando Spataro, coordenador do Departamento Antiterrorismo e procurador-adjunto do Tribunal de Milão, festejou o veredicto do STF para extraditar Cesare Battisti.
"Estamos satisfeitos com a decisão do Supremo, pois desta forma temos a confirmação clara de que a decisão da Justiça italiana foi correta", disse Spataro à Folha por telefone. "Algumas pessoas dizem que na Itália usamos tortura contra terroristas, e a decisão do STF nega essa estranha acusação."
Foi Spataro que esteve à frente do caso, nos anos 80, que culminou com a condenação de Battisti à prisão perpétua. "Claro que temos de esperar a decisão do presidente Lula, mas espero que ele escolha seguir a diretriz legal do Supremo. Battisti foi responsável por quatro assassinatos, ele tem de cumprir pena na Itália", afirmou, completando que se o ex-militante de esquerda voltar ao país ele irá "direto para a cadeia", sem poder recorrer.
O governo da Itália também celebrou. O chanceler Franco Frattini, de direita, declarou-se "muito satisfeito", segundo a mídia local. "Foi contemplada a linha de responsabilidade e respeito adotada pelo governo italiano." A Câmara dos Deputados recebeu a notícia com o que foi descrito como longa sessão de palmas, inclusive na bancada de esquerda.
Os principais jornais italianos, "Corriere della Sera" e "La Repubblica", repercutiram a decisão com destaque em seus sites na noite de ontem -passava das 23h quando a notícia chegou. A avaliação da mídia italiana era que Battisti "provavelmente será extraditado".
(LUCIANA COELHO)


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