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Governador de RO faz decreto para ter direito a seguranças
Ivo Cassol (PP) assina medida dias antes de ser julgado pelo TSE por compra de voto
Ex-governador terá direito a
dez policiais militares para
sua segurança pessoal, mais
que um ex-presidente; para
secretário, ato é necessário
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de Rondônia,
Ivo Cassol (PP), assinou um decreto que garante segurança
oficial para si próprio quando
deixar o governo. No próximo
dia 24, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai julgar seu
processo de cassação. Cassol é
acusado de compra de votos em
2006, quando se reelegeu.
Segundo o decreto, publicado pelo "Diário Oficial" de Rondônia no último dia 11, todo ex-governador do Estado terá direito a dez policiais militares
para sua segurança pessoal,
sendo dois oficiais. Eles serão
indicados pelo ex-governante e
ficarão submetidos ao Gabinete Militar do Estado.
A estrutura é maior que a da
Presidência da República, que
prevê um máximo de oito servidores, entre segurança e apoio,
para cada ex-presidente.
O decreto de Cassol, que regulamenta uma lei aprovada
pela Assembleia de Rondônia
em 2008, especifica que a equipe terá duas camionetes cabine
dupla "em bom estado de conservação". Os PMs terão à disposição armas, rádios, coletes à
prova de bala e celulares. O texto não deixa claro o custo da
medida, que ainda não foi informado pelo governo.
A senadora Fátima Cleide
(PT-RO), que perdeu as eleições para Cassol em 2006, criticou a norma, dizendo que há cidades em Rondônia com menos policiais do que haverá na
escolta de um ex-governador.
Cassol é o principal beneficiado com a medida, já que o
decreto só dá direito ao aparato
de segurança por dois mandatos após a saída do governador.
Com isso, além dele, apenas
José Bianco (DEM) -governador de Rondônia de 1999 a
2002- terá o benefício. Mas só
até 2010, quando termina o período de dois mandatos.
O diretor de comunicação do
governo, Marco Antônio Santi,
disse ser "coincidência" a as-
sinatura do decreto dias antes
de uma possível cassação de
Cassol, pois a proposta já era
discutida há anos. Defendeu a
necessidade de segurança após
Cassol deixar o cargo, alegando
que ele sofreu ameaças de morte por ter denunciado políticos.
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