São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Governador de RO faz decreto para ter direito a seguranças

Ivo Cassol (PP) assina medida dias antes de ser julgado pelo TSE por compra de voto

Ex-governador terá direito a dez policiais militares para sua segurança pessoal, mais que um ex-presidente; para secretário, ato é necessário


RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP), assinou um decreto que garante segurança oficial para si próprio quando deixar o governo. No próximo dia 24, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai julgar seu processo de cassação. Cassol é acusado de compra de votos em 2006, quando se reelegeu.
Segundo o decreto, publicado pelo "Diário Oficial" de Rondônia no último dia 11, todo ex-governador do Estado terá direito a dez policiais militares para sua segurança pessoal, sendo dois oficiais. Eles serão indicados pelo ex-governante e ficarão submetidos ao Gabinete Militar do Estado.
A estrutura é maior que a da Presidência da República, que prevê um máximo de oito servidores, entre segurança e apoio, para cada ex-presidente.
O decreto de Cassol, que regulamenta uma lei aprovada pela Assembleia de Rondônia em 2008, especifica que a equipe terá duas camionetes cabine dupla "em bom estado de conservação". Os PMs terão à disposição armas, rádios, coletes à prova de bala e celulares. O texto não deixa claro o custo da medida, que ainda não foi informado pelo governo.
A senadora Fátima Cleide (PT-RO), que perdeu as eleições para Cassol em 2006, criticou a norma, dizendo que há cidades em Rondônia com menos policiais do que haverá na escolta de um ex-governador.
Cassol é o principal beneficiado com a medida, já que o decreto só dá direito ao aparato de segurança por dois mandatos após a saída do governador.
Com isso, além dele, apenas José Bianco (DEM) -governador de Rondônia de 1999 a 2002- terá o benefício. Mas só até 2010, quando termina o período de dois mandatos.
O diretor de comunicação do governo, Marco Antônio Santi, disse ser "coincidência" a as- sinatura do decreto dias antes de uma possível cassação de Cassol, pois a proposta já era discutida há anos. Defendeu a necessidade de segurança após Cassol deixar o cargo, alegando que ele sofreu ameaças de morte por ter denunciado políticos.


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