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Patrocínio americano a evento da Anpocs provoca polêmica na academia
DA SUCURSAL DO RIO
Corre na internet, agitando parte da academia, abaixo-assinado que "repudia" a
aceitação, pela Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Ciências Sociais), de patrocínio da Embaixada dos EUA
-"que representa um governo cuja política externa, ontem e hoje, tem uma natureza reconhecidamente intervencionista e belicista".
Firmado por Francisco de
Oliveira, Carlos Nelson Coutinho (UFRJ) e Caio Navarro
de Toledo (Unicamp), entre
outros, o texto considera "insólita" a presença de representante da embaixada no
33º encontro anual da entidade, ocorrido no final de
outubro, em Caxambu (MG).
Segundo a gerência financeira da Anpocs e a embaixada, o patrocínio e a presença
ocorrem desde 2006. Neste
ano, incluiu verba de R$ 20
mil, além do Prêmio Franklin D. Roosevelt, que oferece de US$ 1.500 a US$ 4.000
a trabalhos sobre os EUA. A
Anpocs integra o júri.
O encontro custou R$ 760
mil, dos quais R$ 535 mil de
patrocinadores, a maioria
públicos. Outros R$ 360 mil
vêm da inscrição dos 2.000
participantes -outro alvo do
abaixo-assinado, que critica
o veto à presença dos que
não tinham crachá. A sobra
fica para a entidade.
Em resposta, a direção da
Anpocs diz que a arrecadação responde ao crescimento da associação. "O fazemos
sem qualquer temor de que
esse ou outro patrocinador
público ou privado, nacional
ou estrangeiro, possa diminuir nossa autonomia e restringir a liberdade de pensamento e ação que caracteriza
a Anpocs", afirma.
Ontem, tanto a presidente
da Anpocs, a socióloga Maria
Alice Rezende de Carvalho
(PUC-RJ), quanto Oliveira
minimizaram a divergência.
"Não houve acusação,
houve um protesto específico. Quem está entendendo
que isso é desqualificar a Anpocs está achando pelo em
ovo", disse Oliveira. Segundo
ele, o fato de parte dos signatários serem do PSOL não
lhe dá caráter partidário.
Maria Alice afirmou não
ver "possibilidade de ruptura maior". Em nota, a adida
cultural dos EUA, Jean Manes, disse que "é uma honra
participar de forma transparente e democrática de todas
as atividades para as quais
somos convidados".
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