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Chapa pura é "extremamente difícil", diz Guerra
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente nacional do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), disse ontem em Recife
que acha "extremamente difícil" a construção de uma chapa
puro-sangue encabeçada pelos
governadores José Serra (SP) e
Aécio Neves (MG) para a disputa da Presidência em 2010.
"Prefiro não trabalhar com
essa hipótese", afirmou o líder
tucano, sugerindo que Aécio
deverá mesmo buscar uma vaga no Senado.
Para Guerra, o DEM é o "aliado preferencial" para compor a
chapa presidencial, apesar do
envolvimento de integrantes
do partido nas denúncias de
corrupção no Distrito Federal.
"Não há nenhuma hipótese
de o DEM não estar conosco
nessa construção solidária",
declarou o senador. "Os nossos
problemas afetam o DEM, assim como os do DEM afetam a
nossa vida", disse.
O DEM, que cogitava indicar
o governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido), para vice na chapa de Serra, avalia
agora outros nomes, entre eles
os dos senadores José Agripino
Maia (RN) e Kátia Abreu (TO) e
o do deputado federal José Carlos Aleluia (BA).
Para Guerra, não há motivo
de pressa nas indicações. A decisão de Aécio, afirmou, em nada modificou a posição já tomada pelos tucanos. "Diante desse
fato novo, o que Serra vai fazer
é governar São Paulo e ajudar o
PSDB a vencer", declarou.
A cúpula tucana avalia que
não é hora de mudar estratégias. Mesmo sem anunciar que
é candidato, Serra é lembrado
como tal pelos eleitores e continua liderando as pesquisas de
intenção de votos no país.
Parabólicas
Nas regiões Norte e Nordeste, onde o PSDB encontra
maior resistência, a sigla conta
com a ajuda das antenas parabólicas de TV, comuns no interior dos Estados. Direcionadas
aos satélites, muitas delas captam imagens geradas em São
Paulo, o que inclui as propagandas do governo Serra.
Segundo Guerra, as novas estratégias para 2010 começarão
a ser discutidas em janeiro. A
primeira reunião da executiva
nacional do partido foi marcada justamente para Belo Horizonte, para demonstrar apoio
ao governador mineiro.
"Ninguém preparou a saída
de Aécio, nem ele próprio", disse o presidente do PSDB, negando divisões internas no partido. "Todos nós sabíamos, e o
partido de maneira especial,
que o tempo dele terminava no
final de ano. Foi o que ele fez,
não nos surpreendeu."
Sobre o impacto da decisão
de Aécio nos possíveis adversários, Guerra descartou a candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB).
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