|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cúpula tucana dá início à campanha de Serra
Governador nega estar sob pressão; DEM e PSDB defendem lançamento de pré-candidatura e negociação de palanques
Sobre a decisão, tucano
disse que o partido vai ouvir "todo mundo, inclusive aqueles que estariam mais diretamente envolvidos"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando do PSDB deu ontem a largada na campanha do
governador de São Paulo, José
Serra, à Presidência. Enquanto
Serra negava ser alvo de pressão e insistia que sua "prioridade é governar" o Estado, tucanos e democratas disparavam
telefonemas para que fosse deflagrada a candidatura.
Com o anúncio da desistência do governador de Minas,
Aécio Neves, tucanos diziam-se
confortáveis para lançar o nome de Serra. No partido, a avaliação é que -ainda que negue a
candidatura- ele estará liberado para patrocinar a montagem
de palanques nos Estados.
No DEM, a ordem também é
a de investir no nome do governador paulista. "Agora, é hora
de trabalhar a candidatura",
disse o presidente nacional do
DEM, Rodrigo Maia (RJ).
Na quinta, horas depois de
anunciada a desistência de Aécio, Rosalba Ciarlini, senadora
e candidata do DEM ao governo do Rio Grande do Norte, defendia a candidatura de Serra.
Na Bahia, o senador Paulo Souto seguirá a mesma orientação.
Para um aliado próximo de
Serra, é hora de garantir as condições para que o governador
possa concorrer à Presidência.
Sob o comando do presidente do PSDB, Sérgio Guerra
(PE), tucanos vão martelar o
nome de Serra, que, por sua vez,
chamará o debate de prematuro. "Se a própria Dilma não se
lançou candidata, por que eu
tenho que me lançar?", alegou
Serra em recente conversa.
Afastado o risco de disputa
interna, Guerra dizia ontem a
interlocutores que, com a saída
de Aécio, a data para o anúncio
de Serra "torna-se irrelevante".
"Não é problema de definição ou não definição. Estou
concentrado no governo de São
Paulo e o partido oportunamente decidirá. Não vamos ficar especulando sobre datas
que vão ficar consumindo as
entrevistas", disse Serra, no
lançamento de um convênio
para tratamento de dependentes químicos em Itapira (SP).
Embora negue qualquer
pressão -"não me sinto pressionado"-, ele ameaçou suspender a entrevista porque o
assunto foi abordado já na primeira pergunta.
"Se é só isso então...", reagiu,
virando as costas aos jornalistas. "Ninguém quer saber disso? Eu vim falar disso", afirmou, exibindo uma lista de
ações do governo para tratamento de dependentes.
"Não vou comentar todos os
dias a esse respeito [da candidatura]", disse, mais tarde.
Ele reafirmou que cabe ao
PSDB decidir o momento de escolha, mas, ao responder se estaria subordinado ao partido,
explicou: "O partido, a seu tempo, tomará a decisão naturalmente, ouvindo todo mundo,
inclusive os que estariam mais
diretamente envolvidos".
De volta a São Paulo, afirmou
a interlocutores que achava o
noticiário sobre a desistência
de Aécio "over" [exagerado] e
apostou num arrefecimento da
pressão para que anuncie.
Texto Anterior: Chapa pura é "extremamente difícil", diz Guerra Próximo Texto: Aécio começa peregrinação para eleger vice Índice
|