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JUSTIÇA
Ministro aguarda aposentadoria
Pazzianotto vai deixar TST e voltar à política
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Almir Pazzianotto,
presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), deixará o tribunal no final de fevereiro, antecipando sua aposentadoria prevista
para junho e retomando as atividades político-partidárias.
Depois de 15 anos afastado da
política, Pazzianotto retornará a
São Paulo, devendo decidir, até
abril, a que partido se filiará: "Ao
sair do TST, readquiro a plenitude dos meus direitos políticos".
Nas últimas semanas, Pazzianotto manteve encontros com
Anthony Garotinho e Ciro Gomes, o que alimentou a versão de
que seu nome estaria sendo cogitado pelos dois presidenciáveis
para disputar as eleições para governador do Estado de São Paulo.
O encontro com Garotinho
ocorreu na casa de Pazzianotto,
em São Paulo. Ele conversou com
Ciro em Brasília. Anteriormente,
havia sido procurado pelo deputado estadual Campos Machado,
vice-presidente do PTB e líder do
partido na Assembléia Legislativa
de São Paulo, que acenara com a
proposta de Pazzianotto sair candidato ao Palácio dos Bandeirantes numa coligação PTB-PSDB.
Pazzianotto não aprofunda os
detalhes das conversas, mas é certo que ainda avalia a hipótese de
que uma dessas candidaturas presidenciais venha a se consolidar.
Ele considera o panorama sucessório ainda muito volátil. Imagina que seu nome possa ter sido
cogitado diante da possibilidade
de carregar votos para a legenda e
reforçar a bancada -como candidato a deputado federal-,
mais do que pela viabilidade de
vir a ser governador do Estado.
Depois de tanto tempo fora da
política, Pazzianotto diz que não
se arriscaria a entrar numa "aventura". Ele alinha outros motivos
para antecipar sua saída do TST.
Pazzianotto entende que o tribunal está enfrentando problemas graves que serão melhor enfrentados por um novo presidente, e uma nova equipe, com mandato a começar no início de 2002,
ou seja de dois anos completos,
coincidindo com o calendário.
Uma dessas questões difíceis
que Pazzianotto deixa para a nova
gestão resolver é a situação do
TRT de Rondônia, que tem dois
juízes condenados pelo Tribunal
de Contas da União.
"Não tem sentido ficar em Brasília mais quatro meses, sentindo
o esvaziamento do mandato", diz.
Pesaram na decisão questões de
ordem pessoal, como a preocupação com a violência em São Paulo,
onde mora a sua família.
Pazzianotto foi lançado na vida
pública nos anos 70, como advogado trabalhista, tendo atuado
nos sindicatos dos metalúrgicos
do ABC e de São Paulo. Foi deputado estadual por três mandatos,
pelo então MDB e depois PMDB,
tendo sido convidado para assumir a Secretaria do Trabalho na
gestão do governador Franco
Montoro (83-86). Indicado por
Tancredo, foi ministro do Trabalho de José Sarney. Em 1988, assumiu o cargo de ministro do TST.
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