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OUTRO LADO
Depósito foi coincidência, diz defesa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado do publicitário Duda Mendonça, Tales Castelo
Branco, afirmou ontem que a
transferência de R$ 4 milhões da
conta pessoal de seu cliente na
agência do BankBoston de Salvador, dias antes de ele prestar depoimento à CPI dos Correios, foi
coincidência e que os valores devem-se a empréstimos "da vida
privada" de Duda.
"A ida dele à CPI foi um mero
acaso, ele não estava nem esperando que isso acontecesse. A vida dele não parou por causa disso", disse o advogado.
Castelo Branco negou que a intenção do publicitário tenha sido
proteger seu patrimônio de um
eventual bloqueio de bens e afirmou que o dinheiro foi devolvido
na conta bancária pessoal de Duda, entre setembro e dezembro de
2005. O advogado pediu tempo
para apresentar extratos que
comprovem sua versão. A CPI
não identificou a volta do dinheiro, mas isso não significa que ela
não tenha ocorrido, já que ainda
faltam ser identificados R$ 2,82
bilhões nas planilhas do BankBoston em poder da comissão.
"Se ele quisesse esconder, sacava o dinheiro e deixava em casa.
Ele não ia fazer um empréstimo
para o genro nem tirar dinheiro
da pessoa física para emprestar
para uma empresa dele. Ele não
emprestou para a empresa do vizinho ou para terceiros", afirmou
Castelo Branco.
Segundo o advogado, o empréstimo de R$ 500 mil para o genro
de Duda, Marcelo, teve por objetivo ajudá-lo a comprar um apartamento. Afirmou ainda que a dívida foi quitada no dia 23 de dezembro de 2005. Os R$ 2,5 milhões
transferidos para a empresa dos
filhos do publicitário teriam voltado à conta no dia 9 de setembro.
O R$ 1 milhão referente a empréstimo para a empresa Duda
Mendonça Associados teria sido
quitado em três parcelas, nos dias
22 de setembro, 4 de outubro e 23
de dezembro de 2005. Somente o
empréstimo de R$ 300 mil, para a
empresa CEP, não teria sido pago
até ontem. "O dinheiro circulou
só entre a família, no que diz respeito a seu genro, entre a Nov Patrimonial, que é dos filhos. O dinheiro ficou todo ali. Então não
houve receio algum de bloqueio",
disse Castelo Branco.
Segundo o advogado do publicitário, as movimentações foram
registradas "dentro da lei" na
conta pessoal do BankBoston.
"Nenhuma movimentação dessas é suspeita. O importante é que
nada, absolutamente nada, foi feito de maneira oculta, ou com interesse de esconder dinheiro ou
qualquer coisa parecida", afirmou o advogado.
(LS e RV)
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