São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Mãos à obra
Cansado das trapalhadas de seus correligionários, José Dirceu resolveu tomar as rédeas da própria defesa. O ministro-chefe da Casa Civil esteve duas vezes na casa de José Sarney e outras duas na de ACM. Pelo telefone, conversou com os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves.

Veja bem
Sarney e ACM reiteraram disposição para enterrar a CPI do caso Waldomiro Diniz. Em troca, apreciariam que Lula ficasse longe dos palanques petistas em São Luís e Salvador. Os governadores também foram solidários, mas esperam que o PT pare de culpar o PSDB pelo escândalo.

Sem intermediários
Depois da declaração pró-bingos de Lula em mensagem ao Congresso, a comissão nacional de combate ao jogo não quer mais apresentar suas conclusões à Casa Civil. Espera entregar ao próprio presidente seu relatório, com "provas contundentes" de ligação entre o bingo e o crime.

Imagem é tudo
No governo, estranha-se o figurino de "gerenciador de crise" que boa parte da imprensa atribuiu a Duda Mendonça no caso Waldomiro. Depois de dar alguns palpites, o marqueteiro de Lula se mandou de Brasília na terça-feira, com o incêndio ainda longe de ser controlado.

Dose dupla
Renan Calheiros (AL) trocou a roupa de bombeiro de crise pela de folião. Hoje, o senador peemedebista participa do desfile do Galo da Madrugada, em Recife, ao lado do colega tucano Sergio Guerra (PE). No domingo, estará ao lado do casal Garotinho no sambódromo carioca.

Apoio ilustre
Corre na praça abaixo-assinado em defesa de José Dirceu. Encabeçam a lista o crítico literário Antonio Candido, a economista Maria da Conceição Tavares, o escritor Fernando Morais e o teólogo Leonardo Boff.

Passo de tartaruga
A investigação sobre a morte dos fiscais do trabalho em Unaí (MG) está emperrada há mais de dez dias. Além da carência de recursos da PF, há demora na apresentação das ligações dos suspeitos com sigilo quebrado.

Linha ocupada
Deputados que seguem as investigações procuraram Eunício Oliveira (Comunicações). Pediram que interceda junto às empresas telefônicas para acelerar a apresentação das ligações dos mais de cem números fixos e celulares dos suspeitos no caso.

Outro lado
A TIM diz que não dá informações sigilosas, mas que todos os pedidos serão cumpridos no prazo determinado. A Telemig Celular não se manifestou.

Pá de cal
Horas depois de Anderson Adauto colocar à disposição o Ministério dos Transportes, técnicos da pasta divulgaram relatório que contesta o balanço divulgado pelo mineiro. Dizem que ele teria executado apenas um terço do anunciado. A assessoria de Adauto contesta.

Luz para todos
Com a saída do colega José Carlos Blat, promotores do Gaeco de São Paulo decidiram derrubar as divisórias internas da sede da instituição com o objetivo de "compartilhar informações". Eles reclamam que somente um pequeno grupo têm acesso à imprensa.

Visita à Folha
Paulo Sophia, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil - departamento São Paulo), Decio Tozzi, segundo-vice-presidente da entidade, e Lucio Gomes Machado, professor doutor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, visitaram ontem a Folha.

TIROTEIO

Do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), sobre a proposta da bancada do PT no Senado de ampliar as investigações do caso Waldomiro Diniz para outros episódios envolvendo financiamento de campanha:
-O PT quer impor um clima de terror no Congresso em vez de explicar os fatos nebulosos que envolvem um assessor graduado do Planalto.

CONTRAPONTO

Assunto encerrado

Ao chegar dias atrás à chapelaria do Congresso, entrada do edifício usada pelos parlamentares, o senador Mão Santa (PI) foi abordado por um jornalista do comitê de imprensa da Casa.
Atrasado, o peemedebista avisou ao repórter que não poderia conversar por muito tempo.
-Em qual grupo do PMDB o sr. se enquadra? O do Sarney, o do Temer ou o do Renan?
Mão Santa achou melhor não se comprometer e respondeu:
-Já fiz grupo escolar, faculdade, mestrado e outras coisas, mas atualmente não sou de grupo nenhum, meu caro.
Insistente, o jornalista explicou que queria saber a qual dos caciques Mão Santa era ligado. O senador colocou a mão no ombro do repórter e disse:
-Quer saber, eu sou ligado à minha esposa, a Adalgisa.
Feito o esclarecimento, encerrou a conversa e subiu as escadas em direção ao plenário.


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