GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Horas depois de nomear os três servidores que investigariam as atividades de Waldomiro Diniz enquanto era subchefe da Casa Civil, o governo recuou e destituiu ontem o presidente da comissão, José Geraldo França Diniz. Seu substituto será divulgado hoje.
França Diniz é filiado ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro José Dirceu (Casa Civil).
Por meio de nota oficial, o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) anunciou a troca de França Diniz, após ser informado por ele próprio da sua filiação. A conversa entre Rebelo e França Diniz se deu na primeira reunião da sindicância, ontem à noite.
França Diniz estava de férias das suas funções de diretor do Ministério do Planejamento quando foi informado anteontem à noite sobre sua nomeação. Ele disse à Folha, por telefone, que teve de antecipar seu retorno. Mas, como ainda estava de férias, não compareceu ontem ao ministério.
O ex-presidente da comissão é funcionário público há 30 anos. Em nenhum momento da conversa deixou transparecer que não assumiria a função.
Os outros dois membros são Edmar Fernandes de Oliveira, da Advocacia Geral da União, e Fernando Luiz Albuquerque de Farias, assessor da subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, colega de trabalho de Waldomiro (Assuntos Parlamentares) -as subchefias ficam no quarto andar do Palácio do Planalto e eram subordinadas, até janeiro, a Dirceu.
A lei 8.112/90, que rege o funcionalismo, afirma que podem atuar em comissões de sindicância "autoridade, órgão ou entidade diversa daquele em que tenha ocorrido a irregularidade". Só após a reforma ministerial a subchefia de Assuntos Parlamentares passou a ser da Coordenação Política.
Anteontem, Rebelo afirmou que a comissão não seria integrada por funcionários vinculados a órgãos onde Waldomiro tivesse trabalhado no governo. Ontem, em nota, Rebelo disse que as subchefias são "órgãos separados".


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