São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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Militão quer mais "carinho" para deputados

DO COLUNISTA DA FOLHA

Folha - Por que Severino Cavalcanti venceu?
José Militão -
Ele foi o voto de protesto dos que são tratados pelo governo como joão-ninguém.

Folha - Como é o tratamento de joão-ninguém?
Militão -
O deputado liga para o ministro e é ignorado, vai ao ministério e toma chá de cadeira de três horas. Além de não atender, o ministro manda o deputado para o assessor do assessor do assessor.

Folha - A eleição de Severino muda a situação?
Militão -
O governo vai ter que tratar os deputados com mais de carinho. Para começar, as medidas provisórias deixarão de ser relatadas só por deputados do PT.

Folha - Isso começa já?
Militão -
O primeiro embate é a medida provisória 232 [que aumenta impostos para prestadores de serviço]. Garanto que o relator não será do PT. O governo terá de chegar a um acordo.

Folha - Há problemas com emendas de parlamentares?
Militão -
Sem dúvida. Mas isso também vai mudar. Se não forem liberadas as verbas de emendas, o presidente da Câmara pode paralisar a pauta de votações.

Folha - Há emendas suas por liberar?
Militão -
Coloquei emendas no orçamento do Ministério da Ação Social: R$ 150 mil para creches de Minas. Na Integração Nacional, tínhamos emenda de R$ 300 mil, para botar água lá no norte de Minas. Fomos diversas vezes ao Ciro Gomes e ao Patrus Ananias. E não resolveu.


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