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MST ligado a Rainha faz 13ª invasão em fazendas de SP
Ações começaram domingo; ruralistas ameaçam responsabilizar CUT por atos
Presidente da UDR diz que MST "só invade [terra] porque tem certeza da impunidade'; Rainha quer audiência com Lula e Serra
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Dando seqüência à onda de
invasões de terra iniciada no final de semana no oeste de São
Paulo, uma parte do MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) - dirigida
por José Rainha Jr. - e a CUT
(Central Única dos Trabalhadores) fizeram ontem a 13ª invasão de fazendas em dois dias.
Desta vez, o alvo dos sem-terra foi a fazenda Cachoeirinha,
em Itapura (692 km a noroeste
de SP). Segundo a Polícia Militar, 60 membros do MST entraram no local por volta das 6h e
começaram a montar barracos.
No domingo, a parceria
MST-CUT foi responsável por
12 invasões. Segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas
participaram das ações. Novas
invasões estão programadas
para ocorrer nesta semana.
Em nota, MST e CUT afirmaram que as ações têm objetivo
de "denunciar a dura realidade
da reforma agrária no país".
Ontem, Rainha Jr. disse que
pedirá audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e com o governador José Serra.
"Há uma paralisia no Incra, no
Itesp. Vamos cobrar que a reforma seja prioridade", disse.
Os proprietários das terras
registraram boletins de ocorrência e devem pedir reintegração de posse amanhã, quando
encerra o recesso dos fóruns.
O presidente da UDR (União
Democrática Ruralista), Luiz
Antônio Nabhan Garcia, 46,
ameaça responsabilizar a CUT.
"Confirmando a participação
da CUT, (...) moveremos ações
cível e penal. A CUT, diferentemente do MST, tem personalidade jurídica, deve ser responsabilizada por seus atos." Para
Nabhan, o MST "invade porque
tem certeza da impunidade".
O representante da CUT, Rubens Germano, não foi localizado ontem pela reportagem.
O diretor-executivo do Itesp
(Instituto de Terras do Estado
de São Paulo), Gustavo Ungaro,
disse que as invasões "dizem
respeito ao governo federal",
pois os sem-terra cobram definição do novo ministro do Desenvolvimento Agrário.
Segundo ele, o Itesp acompanha a situação, mas nenhum
pedido das famílias chegou ao
órgão.
Procurado pela Folha, o Ministério do Desenvolvimento
Agrário não retornou.
(Colaboraram Rubens Valente, da Reportagem
Local, e Sucursal Brasília)
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