São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Até o Borba

Na extensa lista de nomes que o PMDB pretende emplacar em cargos do setor elétrico há espaço até mesmo para uma indicação de José Borba (PR), que renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado no escândalo do mensalão. Refeito do tombo, o ex-líder da bancada apresentou Cylon Rosa, executivo da empreiteira Tractebel, para a diretoria de Construção de Furnas. Não deve rolar porque os peemedebistas do Senado estão mais adiantados na campanha para instalar nesse posto o funcionário de carreira Antônio de Pádua, apadrinhado por Valdir Raupp (RO). Mas Borba não é fraco. Seu pleito obteve o apoio do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Quero o meu 1. Parlamentares petistas foram em peso à casa de Chinaglia, na noite de anteontem, para cobrar de José Múcio cargos que teriam sido prometidos ao partido. O ministro das Relações Institucionais ficou de levar uma comissão para falar diretamente com Lula.

Quero o meu 2. A bancada se queixou tanto do PMDB, que "já levou o que pediu", quanto da ministra Dilma Rousseff, que, no entender dos deputados, estaria atropelado indicações dos correligionários para emplacar nomes de seu círculo pessoal.

Tô fora. Deputados e prefeitos de Minas que se reuniram ontem com José Alencar faziam de tudo para aparecer nas fotos ao lado do vice. Até que os repórteres iniciaram uma rodada de perguntas sobre cartões corporativos. Não sobrou ninguém por perto.

Abre-alas. Entre os primeiros depoentes que a oposição pretende escalar para a CPI dos Cartões estão os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Jorge Hage (CGU). "O governo tem de explicar por que não agiu, se desde 2004 é alertado sobre irregularidades pelo TCU", diz Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Quem? O deputado licenciado Edson Santos (PT-RJ) circulou incógnito pela Câmara ontem. Quase ninguém se deu conta de que estava ali o novo ministro da Igualdade Racial, indicado depois da queda de Matilde Ribeiro.

Padrão. Quem teve acesso a documentos da CPI das ONGs acredita que a malversação de recursos identificada na Finatec, ligada à UnB, é a ponta de um iceberg. Estão na mira da comissão fundações de outras universidades que prestam consultorias a prefeituras. Os governistas não querem saber de quebrar o sigilo das contas dessas entidades.

Inflação. Em sua nova campanha de TV, a Eletrobrás diz já ter levado o "Luz para Todos" a "mais de 8 milhões de pessoas". Mais modesto, o último balanço divulgado pela Casa Civil fala em 7,18 milhões de beneficiados. O cronograma está atrasado.

Atenção. Depois da febre amarela, José Gomes Temporão admite preocupação com os números da dengue que devem ser divulgados em março. Em Mato Grosso do Sul, onde houve explosão de casos no ano passado, os dados devem melhorar. Em compensação, no Rio de Janeiro, Estado natal do ministro da Saúde, a tendência é de alta.

Internas. O MST está chamando políticos e personalidades para encontro na sexta-feira numa grande casa no bairro da Gávea, no Rio, com representantes do governo do presidente Hugo Chávez. No convite, o movimento diz que os venezuelanos apresentarão seu ponto de vista sobre o "processo bolivariano", pois a mídia brasileira trata o tema, alegam, de forma distorcida.

Bastão. Chefe da AGU, José Antonio Toffoli vai substituir o procurador-geral da União, Luiz Henrique Martins dos Anjos, por Jefferson Carús Guedes. Avalia que o atual titular ficou desgastado com a recente greve da categoria.

Tiroteio

"O cachimbo faz a boca torta. O senador precisa entender que não está mais no PT para defender assim os companheiros."


Do deputado VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre Cristovam Buarque (PDT-DF), para quem o reitor da UnB, Timothy Mulholland, cometeu apenas um "equívoco de prioridades" ao usar cartão de crédito corporativo para equipar seu apartamento com móveis e objetos de luxo.

Contraponto

Café pequeno

Na primeira sessão mais alvoroçada da Câmara desde o fim do recesso parlamentar, Chico Alencar (PSOL-RJ) resolveu dar um tempo do debate sobre a TV Pública e foi até o cafezinho que fica ao lado do plenário.
-Que café é esse?-, perguntou à funcionária.
-Ah, é café Odebrecht...
-Como assim?-, espantou-se o deputado, para quem o nome remetia apenas à conhecida empreiteira. Ao verificar de se tratava de uma empresa homônima, com sede em Londrina (PR), Alencar comentou:
-Ah, bom... porque empreiteiras costumam financiar coisas bem diferentes aqui nesta Casa!


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