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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Até o Borba
Na extensa lista de nomes que o PMDB pretende
emplacar em cargos do setor elétrico há espaço até
mesmo para uma indicação de José Borba (PR), que
renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado no escândalo do mensalão. Refeito do tombo, o
ex-líder da bancada apresentou Cylon Rosa, executivo da empreiteira Tractebel, para a diretoria de Construção de Furnas. Não deve rolar porque os peemedebistas do Senado estão mais adiantados na campanha
para instalar nesse posto o funcionário de carreira
Antônio de Pádua, apadrinhado por Valdir Raupp
(RO). Mas Borba não é fraco. Seu pleito obteve o apoio
do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Quero o meu 1. Parlamentares petistas foram em
peso à casa de Chinaglia, na
noite de anteontem, para cobrar de José Múcio cargos que
teriam sido prometidos ao
partido. O ministro das Relações Institucionais ficou de
levar uma comissão para falar
diretamente com Lula.
Quero o meu 2. A bancada se queixou tanto do PMDB,
que "já levou o que pediu",
quanto da ministra Dilma
Rousseff, que, no entender
dos deputados, estaria atropelado indicações dos correligionários para emplacar nomes de seu círculo pessoal.
Tô fora. Deputados e prefeitos de Minas que se reuniram ontem com José Alencar
faziam de tudo para aparecer
nas fotos ao lado do vice. Até
que os repórteres iniciaram
uma rodada de perguntas sobre cartões corporativos. Não
sobrou ninguém por perto.
Abre-alas. Entre os primeiros depoentes que a oposição
pretende escalar para a CPI
dos Cartões estão os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Jorge Hage (CGU).
"O governo tem de explicar
por que não agiu, se desde
2004 é alertado sobre irregularidades pelo TCU", diz Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Quem? O deputado licenciado Edson Santos (PT-RJ)
circulou incógnito pela Câmara ontem. Quase ninguém
se deu conta de que estava ali
o novo ministro da Igualdade
Racial, indicado depois da
queda de Matilde Ribeiro.
Padrão. Quem teve acesso a
documentos da CPI das
ONGs acredita que a malversação de recursos identificada
na Finatec, ligada à UnB, é a
ponta de um iceberg. Estão na
mira da comissão fundações
de outras universidades que
prestam consultorias a prefeituras. Os governistas não querem saber de quebrar o sigilo
das contas dessas entidades.
Inflação. Em sua nova campanha de TV, a Eletrobrás diz
já ter levado o "Luz para Todos" a "mais de 8 milhões de
pessoas". Mais modesto, o último balanço divulgado pela
Casa Civil fala em 7,18 milhões de beneficiados. O cronograma está atrasado.
Atenção. Depois da febre
amarela, José Gomes Temporão admite preocupação com
os números da dengue que devem ser divulgados em março.
Em Mato Grosso do Sul, onde
houve explosão de casos no
ano passado, os dados devem
melhorar. Em compensação,
no Rio de Janeiro, Estado natal do ministro da Saúde, a
tendência é de alta.
Internas. O MST está chamando políticos e personalidades para encontro na sexta-feira numa grande casa no
bairro da Gávea, no Rio, com
representantes do governo do
presidente Hugo Chávez. No
convite, o movimento diz que
os venezuelanos apresentarão seu ponto de vista sobre o
"processo bolivariano", pois a
mídia brasileira trata o tema,
alegam, de forma distorcida.
Bastão. Chefe da AGU, José
Antonio Toffoli vai substituir
o procurador-geral da União,
Luiz Henrique Martins dos
Anjos, por Jefferson Carús
Guedes. Avalia que o atual titular ficou desgastado com a
recente greve da categoria.
Tiroteio
"O cachimbo faz a boca torta. O senador
precisa entender que não está mais no PT
para defender assim os companheiros."
Do deputado VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre Cristovam Buarque
(PDT-DF), para quem o reitor da UnB, Timothy Mulholland, cometeu
apenas um "equívoco de prioridades" ao usar cartão de crédito corporativo para equipar seu apartamento com móveis e objetos de luxo.
Contraponto
Café pequeno
Na primeira sessão mais alvoroçada da Câmara desde o
fim do recesso parlamentar, Chico Alencar (PSOL-RJ) resolveu dar um tempo do debate sobre a TV Pública e foi
até o cafezinho que fica ao lado do plenário.
-Que café é esse?-, perguntou à funcionária.
-Ah, é café Odebrecht...
-Como assim?-, espantou-se o deputado, para quem o
nome remetia apenas à conhecida empreiteira. Ao verificar de se tratava de uma empresa homônima, com sede
em Londrina (PR), Alencar comentou:
-Ah, bom... porque empreiteiras costumam financiar
coisas bem diferentes aqui nesta Casa!
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