São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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Governo não sabe valor de ato com prefeitos

Despesas do encontro, que inicialmente eram de R$ 253 mil, já ultrapassam R$ 2 milhões; oposição diz que evento promoveu Dilma

DEM exige que ministérios detalhem os gastos com o evento; órgãos terão 30 dias para fornecer os dados depois de serem notificados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de convocar três entrevistas e divulgar dois valores diferentes, o governo federal ainda não sabe qual o custo real que teve para organizar o encontro nacional de prefeitos, que ocorreu em Brasília, nos dias 10 e 11 deste mês.
Em um primeiro momento, as despesas informadas pelo governo foram de R$ 253 mil com a organização, valor que subiu para R$ 1,8 milhão e agora já ultrapassa R$ 2 milhões.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) fechou a conta de R$ 1,8 milhão com base em informações repassadas pela Controladoria Geral da União e pelos ministérios de Cidades, Agricultura, Desenvolvimento Social, Educação, Cultura, Justiça, Minas e Energia, Previdência, Turismo e Meio Ambiente.
O próprio ministro já admitia na entrevista concedida anteontem que o valor de R$ 1,8 milhão poderia ser maior já que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES também tiveram gastos. Como o BB confirmou despesas de R$ 400 mil em ações promocionais, o valor já passa dos R$ 2 milhões. O Ministério das Cidades foi o recordista em gastos: reservou R$ 1.349.832 para o evento. O governo agora vai esperar resposta de todos os órgãos federais para divulgar o total investido no encontro.

Oposição
DEM e PSDB ingressaram anteontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) alegando que o evento serviu para o governo divulgar a pré-candidatura de Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto.
O DEM também apresentou requerimentos de informações na Câmara para que os ministérios detalhem os gastos. Os órgãos terão 30 dias para fazer isso depois de serem notificados.
Um dia antes do encontro com os prefeitos, questionado sobre o valor total que o evento custaria ao governo, Múcio disse que seriam R$ 253 mil.
Na sexta-feira da semana passada, na ausência do ministro, coube a Olavo Noleto, subchefe-adjunto de assuntos federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, conceder uma entrevista para reafirmar os gastos de R$ 253 mil. Na ocasião, Noleto chegou a comentar as despesas: "Comprar papel higiênico para 15 mil pessoas não é qualquer coisa", afirmou.
Anteontem, ao descobrir que os ministérios também haviam reservado dinheiro para o evento, Múcio chegou ao número de R$ 1,8 milhão.


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