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Governo não sabe valor de ato com prefeitos
Despesas do encontro, que inicialmente eram de R$ 253 mil, já ultrapassam R$ 2 milhões; oposição diz que evento promoveu Dilma
DEM exige que ministérios detalhem os gastos com
o evento; órgãos terão 30 dias para fornecer os dados depois de serem notificados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de convocar três entrevistas e divulgar dois valores
diferentes, o governo federal
ainda não sabe qual o custo real
que teve para organizar o encontro nacional de prefeitos,
que ocorreu em Brasília, nos
dias 10 e 11 deste mês.
Em um primeiro momento,
as despesas informadas pelo
governo foram de R$ 253 mil
com a organização, valor que
subiu para R$ 1,8 milhão e agora já ultrapassa R$ 2 milhões.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais)
fechou a conta de R$ 1,8 milhão
com base em informações repassadas pela Controladoria
Geral da União e pelos ministérios de Cidades, Agricultura,
Desenvolvimento Social, Educação, Cultura, Justiça, Minas e
Energia, Previdência, Turismo
e Meio Ambiente.
O próprio ministro já admitia
na entrevista concedida anteontem que o valor de R$ 1,8
milhão poderia ser maior já que
o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES
também tiveram gastos. Como
o BB confirmou despesas de R$
400 mil em ações promocionais, o valor já passa dos R$ 2
milhões. O Ministério das Cidades foi o recordista em gastos: reservou R$ 1.349.832 para
o evento. O governo agora vai
esperar resposta de todos os órgãos federais para divulgar o total investido no encontro.
Oposição
DEM e PSDB ingressaram
anteontem no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) alegando
que o evento serviu para o governo divulgar a pré-candidatura de Dilma Rousseff (Casa
Civil) ao Palácio do Planalto.
O DEM também apresentou
requerimentos de informações
na Câmara para que os ministérios detalhem os gastos. Os órgãos terão 30 dias para fazer isso depois de serem notificados.
Um dia antes do encontro
com os prefeitos, questionado
sobre o valor total que o evento
custaria ao governo, Múcio disse que seriam R$ 253 mil.
Na sexta-feira da semana
passada, na ausência do ministro, coube a Olavo Noleto, subchefe-adjunto de assuntos federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, conceder uma entrevista para reafirmar os gastos de
R$ 253 mil. Na ocasião, Noleto
chegou a comentar as despesas:
"Comprar papel higiênico para
15 mil pessoas não é qualquer
coisa", afirmou.
Anteontem, ao descobrir que
os ministérios também haviam
reservado dinheiro para o
evento, Múcio chegou ao número de R$ 1,8 milhão.
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