São Paulo, sábado, 20 de fevereiro de 2010

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Documento do PT não cita PMDB como aliado

Lula Marques/Folha Imagem
João Paulo, José Genoino e seu irmão, José Nobre Guimarães, conversam no congresso do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DAS ENVIADAS A BRASÍLIA

Petistas reunidos ontem no 4º Congresso Nacional da sigla rejeitaram a inclusão do PMDB como aliado prioritário no documento do partido que trata da tática eleitoral e políticas de alianças. O texto original, elaborado pelo comando nacional, prevaleceu com a proposta de uma aliança com o bloco de esquerda e progressista, e com "forças políticas de centro", sem citar o PMDB.
Coube ao deputado Ricardo Berzoini (SP), que deixou ontem a presidência do PT, fazer a defesa do texto original. A avaliação do atual comando do PT é que a citação explícita do PMDB poderia provocar insatisfações internas, já que há vários conflitos regionais entre petistas e peemedebistas. "Não vejo nenhuma razão [de incluir o PMDB], até pela história recente, por tudo o que fizemos", disse Berzoini, diante de 1.300 delegados do partido.
A ideia de citar o PMDB no texto sobre alianças partiu de integrantes do campo majoritário do partido, sobretudo líderes de São Paulo, Estado no qual parte expressiva dos peemedebistas é alinhada ao governador José Serra (PSDB), que deverá disputar a Presidência com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Temos que casar de vez [com o PMDB]", disse o deputado federal Carlos Zarattini (SP). "Ao falar de centro, temos que citar o PMDB, a principal força de centro", discursou José Genoino (SP).
Após a votação, o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, classificou a polêmica de "bizantina": "O texto estava claro. Numa resolução não cabe você citar os partidos".
Segundo ele, o PT já deixou claro a importância que dá ao PMDB. "PT, PMDB, PSB e PDT estão casados hoje sob o governo Lula e queremos continuar casados", disse Dutra.
Enquanto os petistas vetavam um gesto claro ao PMDB, o presidente do partido, Michel Temer (SP), desembarcava em Brasília. Reunido com a cúpula do PMDB, Temer, cotado para vice de Dilma, avaliava os riscos políticos de aparecer hoje no congresso petista.
O congresso do PT também derrotou a emenda que pretendia incluir no texto a prioridade para alianças com os partidos de esquerda, numa demonstração de prioridade à eleição de Dilma. O texto, polêmico, afirma que compete ao Diretório Nacional decidir, "em última instância", sobre "questões de tática e alianças".


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