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Documento do PT não cita PMDB como aliado
Lula Marques/Folha Imagem
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João Paulo, José Genoino e seu irmão, José Nobre Guimarães, conversam no congresso do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DAS ENVIADAS A BRASÍLIA
Petistas reunidos ontem no
4º Congresso Nacional da sigla
rejeitaram a inclusão do PMDB
como aliado prioritário no documento do partido que trata
da tática eleitoral e políticas de
alianças. O texto original, elaborado pelo comando nacional,
prevaleceu com a proposta de
uma aliança com o bloco de esquerda e progressista, e com
"forças políticas de centro",
sem citar o PMDB.
Coube ao deputado Ricardo
Berzoini (SP), que deixou ontem a presidência do PT, fazer a
defesa do texto original. A avaliação do atual comando do PT
é que a citação explícita do
PMDB poderia provocar insatisfações internas, já que há vários conflitos regionais entre
petistas e peemedebistas. "Não
vejo nenhuma razão [de incluir
o PMDB], até pela história recente, por tudo o que fizemos",
disse Berzoini, diante de 1.300
delegados do partido.
A ideia de citar o PMDB no
texto sobre alianças partiu de
integrantes do campo majoritário do partido, sobretudo líderes de São Paulo, Estado no
qual parte expressiva dos peemedebistas é alinhada ao governador José Serra (PSDB),
que deverá disputar a Presidência com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil).
"Temos que casar de vez
[com o PMDB]", disse o deputado federal Carlos Zarattini
(SP). "Ao falar de centro, temos
que citar o PMDB, a principal
força de centro", discursou José Genoino (SP).
Após a votação, o novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, classificou a polêmica de
"bizantina": "O texto estava
claro. Numa resolução não cabe você citar os partidos".
Segundo ele, o PT já deixou
claro a importância que dá ao
PMDB. "PT, PMDB, PSB e PDT
estão casados hoje sob o governo Lula e queremos continuar
casados", disse Dutra.
Enquanto os petistas vetavam um gesto claro ao PMDB, o
presidente do partido, Michel
Temer (SP), desembarcava em
Brasília. Reunido com a cúpula
do PMDB, Temer, cotado para
vice de Dilma, avaliava os riscos
políticos de aparecer hoje no
congresso petista.
O congresso do PT também
derrotou a emenda que pretendia incluir no texto a prioridade
para alianças com os partidos
de esquerda, numa demonstração de prioridade à eleição de
Dilma. O texto, polêmico, afirma que compete ao Diretório
Nacional decidir, "em última
instância", sobre "questões de
tática e alianças".
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