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Em fala, Dilma focará "desenvolvimento integrado"
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de garantir a manutenção da atual política econômica
como forma de evitar avaliações de que pode dar uma guinada à esquerda, o discurso da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) vai focar no que ela chama de "desenvolvimento integrado" -ou seja, crescimento
econômico associado ao desenvolvimento social.
Em sua fala depois de ser lançada oficialmente candidata
petista à sucessão do presidente Lula, Dilma dirá também que
seu projeto de governo dará
atenção especial às crianças, à
juventude e às mulheres.
O discurso deve durar cerca
de meia hora e estava sendo finalizado ontem. Além dela,
participaram de sua elaboração
o ex-ministro Antonio Palocci,
o ex-prefeito de Belo Horizonte
Fernando Pimentel e o marqueteiro João Santana.
Segundo relato à Folha de
aliados da ministra, os ajustes
feitos nas diretrizes econômicas do PT, que serão aprovadas
pelo congresso do partido, eliminaram qualquer tipo de susto que elas poderiam provocar
no mercado.
Mesmo assim, Dilma vai insistir, a pedido do próprio presidente Lula, que manterá o
tripé da política econômica
atual -metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. A primeira versão do
documento simplesmente não
tratava do tema, além de conter
um tom mais à esquerda.
A pré-candidata petista, porém, deseja dar maior ênfase
em sua fala à ideia de que não
basta só o crescimento econômico, mas é preciso também
aprofundar o desenvolvimento
social do país. Com isso, pretende mostrar que seu eventual governo não será só de
continuidade do de Lula.
Para isso, a ministra dirá que
seu projeto de governo prevê
investir na população brasileira, principalmente em programas voltados para crianças e
juventude. Segundo ela, sem isso o país corre o risco de não
sustentar seu crescimento econômico no futuro.
Dilma falará sobre a necessidade de preparar as crianças e
jovens para a era do conhecimento, garantindo que o país
tenha competitividade. Sua fala continha, até ontem, frases
na linha de que é preciso "investir no nosso grande patrimônio, que é o povo brasileiro".
O enfoque na população estará presente também no ponto em que dirá que foi ela que
segurou o país durante a crise
econômica mundial. A população deve ser tratada como
"nosso grande trunfo" e, por isso, deve ser a prioridade de um
futuro governo Dilma.
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