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Carta omite intolerância aos judeus
da Reportagem Local
Há pelo menos duas omissões
no anteprojeto da CNBB. Uma é o
fato de, em nenhum momento, a
carta abordar as perseguições que
a Inquisição ibérica impingiu
contra os judeus do país durante
os séculos 16, 17 e 18.
A outra se refere às minorias sexuais. O documento evita questionar a intolerância que parte do
clero nutre pelos gays.
Em compensação, o texto ataca
com vigor o preconceito que as
mulheres ainda enfrentam na sociedade brasileira. Condena a exploração do corpo feminino por
"homens machistas", denuncia a
violência doméstica e lamenta as
diferenças salariais entre os sexos.
Um dos trechos chega mesmo a
perguntar: "como poderíamos
nós, católicos, tolerar uma concepção depreciativa da mulher,
quando possuímos a graça de reconhecer na mãe de Deus a única
criatura humana sem pecado?"
Entretanto, sobre a insistência
do Vaticano em proibir a ordenação feminina, não é gasta sequer
uma linha.
Chama a atenção, por fim, o
apelo que o anteprojeto faz à preservação do meio ambiente. "Não
temos o direito de depredar a natureza e de deixar às novas gerações uma terra poluída e devastada. (...) Nossos irmãos bispos da
Amazônia temem que, no ritmo
atual, toda a floresta seja destruída em menos de 25 anos. É urgente que a nação brasileira reaja eficazmente contra esse perigo."
(AA)
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