São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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Carta omite intolerância aos judeus

da Reportagem Local

Há pelo menos duas omissões no anteprojeto da CNBB. Uma é o fato de, em nenhum momento, a carta abordar as perseguições que a Inquisição ibérica impingiu contra os judeus do país durante os séculos 16, 17 e 18.
A outra se refere às minorias sexuais. O documento evita questionar a intolerância que parte do clero nutre pelos gays.
Em compensação, o texto ataca com vigor o preconceito que as mulheres ainda enfrentam na sociedade brasileira. Condena a exploração do corpo feminino por "homens machistas", denuncia a violência doméstica e lamenta as diferenças salariais entre os sexos.
Um dos trechos chega mesmo a perguntar: "como poderíamos nós, católicos, tolerar uma concepção depreciativa da mulher, quando possuímos a graça de reconhecer na mãe de Deus a única criatura humana sem pecado?"
Entretanto, sobre a insistência do Vaticano em proibir a ordenação feminina, não é gasta sequer uma linha.
Chama a atenção, por fim, o apelo que o anteprojeto faz à preservação do meio ambiente. "Não temos o direito de depredar a natureza e de deixar às novas gerações uma terra poluída e devastada. (...) Nossos irmãos bispos da Amazônia temem que, no ritmo atual, toda a floresta seja destruída em menos de 25 anos. É urgente que a nação brasileira reaja eficazmente contra esse perigo."
(AA)

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