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Ex-secretário se afasta
do cargo na Leão Leão
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO
O vice-presidente-executivo do
grupo Leão Leão, Rogério Tadeu
Buratti, pediu ontem afastamento
do cargo até a conclusão das investigações da sua suposta participação no escândalo Waldomiro
Diniz. O pedido foi aceito, de
acordo com a assessoria de imprensa da empresa.
Amanhã, a empresa publicará
anúncio em jornais sobre o afastamento temporário de Buratti.
O afastamento ocorreu no mesmo dia em que a imprensa divulgou que Buratti tinha empresa em
Jardinópolis, a BBS Consultores
Associados Ltda., que utilizava o
endereço da copeira Lourdes Perico Dias. Ela trabalha na sede da
Leão Leão, em Ribeirão Preto.
A Folha apurou que dois diretores da empresa GTech Brasil afirmaram à Polícia Federal que a
BBS foi a empresa sugerida por
Buratti para assinar contrato com
a GTech por um valor de R$ 6 milhões. A assinatura de um contrato de consultoria, segundo os diretores, foi condição sugerida pelo ex-assessor do Planalto Waldomiro Diniz para a renovação do
contrato entre a GTech e a Caixa
Econômica Federal.
Ontem, a Prefeitura de Jardinópolis enviou à Promotoria documentos sobre a empresa, entre
eles guias de recolhimento de impostos e contratos sociais.
Segundo o contador José Henrique Barreira, contratado para a
BBS por Buratti, a empresa fatura
anualmente entre "R$ 200 mil e
R$ 300 mil". Barreira diz que Buratti não é funcionário contratado
pela empreiteira, mas consultor
remunerado por meio da BBS, cujo maior é a Leão Leão. O cargo de
Buratti é o segundo mais alto do
grupo Leão Leão.
O grupo tem cerca de 1.900 funcionários e fatura anualmente
cerca de R$ 170 milhões, segundo
sua assessoria. É formado pela
Leão Leão Ambiental, Leão Leão
Infra-Estrutura e Serviços e
Triângulo do Sol. A assessoria da
Leão Leão não soube informar se
o contrato com a BBS será mantido com o afastamento de Buratti.
Sobre a empresa em Jardinópolis, o contador alegou que isso
ocorreu devido a menor carga tributária na cidade. A alíquota do
ISS em Jardinópolis era, em 2000,
de 1% do faturamento. Já em Ribeirão variava de 2% a 5%. Ainda
na versão do contador, a copeira
Lourdes foi escolhida por Buratti
porque era de confiança e mora
em Jardinópolis. Ele alega que
não há irregularidade nisso.
A BBS, segundo Barreira, não
mantém contratos com órgãos
públicos. Ele não soube informar
quantos contratos a BBS tem além
do que mantém com a Leão Leão.
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