São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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Presença de Waldomiro na Caixa é investigada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público investiga a presença de Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, nas dependências da Caixa Econômica Federal tanto no período de transição como em pleno governo Lula, na época da renegociação do contrato com a GTech do Brasil.
Os procuradores teriam, inclusive, documentos que poderiam comprovar a passagem de Waldomiro pelo banco estatal nas duas épocas. Esses documentos seriam do trâmite interno da Caixa, uma liberação do setor de segurança para que ele transitasse no banco mesmo sem ser funcionário da instituição.
O Ministério Público busca algum registro de imagem da presença de Waldomiro na Caixa, que poderia ter sido feito pelo sistema de segurança da instituição.
O ex-assessor de José Dirceu, segundo depoimento de diretores da GTech, tentou intermediar a negociação para renovação do contrato da Caixa com a multinacional para gerenciamento do sistema de loterias do país.
A Caixa nega a interferência externa na negociação que resultou na prorrogação por 25 meses -até maio do a no que vem- do contrato entre a GTech e o banco.
O Ministério Público e a Polícia Federal investigam também eventuais ligações de Waldomiro Diniz e dois funcionários da Caixa que trabalharam, como o ex-assessor do Palácio do Planalto, na equipe do governo de Cristovam Buarque (1995-1998) no Distrito Federal. São eles Paulo Campos e Felipe Torelli.
A Polícia Federal também suspeita que Waldomiro tenha eliminado provas do suposto ato de corrupção. Na sua casa, em Brasília, foram apreendidos apenas documentos como contas de luz e água. A PF esperava encontrar indícios contra Waldomiro. Agora, os investigadores consideram como elemento essencial das investigações a quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do ex-assessor parlamentar.
No dia 14 de fevereiro, a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão em oito endereços: em São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Brasília. Apenas dois dias depois, agentes federais executaram o mandado na casa de Waldomiro.
A 5ª Vara Federal Criminal determinou na última quarta-feira que a PF explique porque as buscas demoraram a ser feitas.
Os policiais que atuam no inquérito do caso Waldomiro dizem acreditar que ele tenha eliminado documentos depois de ter sido entrevistado pela revista "Época", quando soube que estava sendo investigado.


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