São Paulo, sábado, 20 de março de 2004

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Comércio de precatórias é alvo da PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O segundo passo da Operação Pandora da Polícia Federal, que prendeu ontem o ex-vereador Armando Mellão, é investigar a comercialização de cartas precatórias da CPI do Banestado por policiais federais de São Paulo. O responsável pelo cumprimento das ordens, Alexandre Morato Crenitte, foi preso em decorrência da Operação Anaconda em 2003.
As precatórias determinavam a coleta de depoimentos e a realização de buscas. Trata-se de um instrumento jurídico para a realização de procedimentos de investigação em outros Estados. Nesse caso específico, a CPI enviava as cartas para que a PF de São Paulo ouvisse suspeitos e envolvidos no caso Banestado -evasão de cerca de US$ 30 bilhões em divisas para paraísos fiscais.
Segundo a Folha apurou, muitas delas não foram cumpridas, sob alegação de que a pessoa citada não havia sido encontrada. Segundo investigação preliminar da PF, Crenitte e pessoas ligadas a ele negociavam com os suspeitos da CPI um valor para que as precatórias não fossem cumpridas. Se o suspeito pagasse, respondia-se que a PF não havia conseguido encontrá-lo. Se não aceitasse o esquema, teria o depoimento colhido para a CPI.
Crenitte chefiava Delegacia de Crime Organizado e Inquéritos Especiais de São Paulo quando foi instalada a CPI do Banestado, em 2003. Por isso era responsável pelo cumprimento das cartas precatórias. (IURI DANTAS)


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