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Comércio de precatórias é alvo da PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O segundo passo da Operação
Pandora da Polícia Federal, que
prendeu ontem o ex-vereador Armando Mellão, é investigar a comercialização de cartas precatórias da CPI do Banestado por policiais federais de São Paulo. O responsável pelo cumprimento das
ordens, Alexandre Morato Crenitte, foi preso em decorrência da
Operação Anaconda em 2003.
As precatórias determinavam a
coleta de depoimentos e a realização de buscas. Trata-se de um instrumento jurídico para a realização de procedimentos de investigação em outros Estados. Nesse
caso específico, a CPI enviava as
cartas para que a PF de São Paulo
ouvisse suspeitos e envolvidos no
caso Banestado -evasão de cerca
de US$ 30 bilhões em divisas para
paraísos fiscais.
Segundo a Folha apurou, muitas delas não foram cumpridas,
sob alegação de que a pessoa citada não havia sido encontrada. Segundo investigação preliminar da
PF, Crenitte e pessoas ligadas a ele
negociavam com os suspeitos da
CPI um valor para que as precatórias não fossem cumpridas. Se o
suspeito pagasse, respondia-se
que a PF não havia conseguido
encontrá-lo. Se não aceitasse o esquema, teria o depoimento colhido para a CPI.
Crenitte chefiava Delegacia de
Crime Organizado e Inquéritos
Especiais de São Paulo quando foi
instalada a CPI do Banestado, em
2003. Por isso era responsável pelo cumprimento das cartas precatórias.
(IURI DANTAS)
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