São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Águas mansas
Enquanto Geraldo Alckmin e José Serra discursavam ontem na calha do Tietê, aliados da dupla trabalhavam para esvaziar a reunião da Executiva estadual do PSDB marcada para hoje. Na pauta, a definição das prévias que escolherão o candidato tucano ao governo paulista.

Quase lá
Para viabilizar sua pré-candidatura ao Senado contra Eduardo Suplicy, Arselino Tatto, ex-presidente da Câmara paulistana, já conta com o apoio de 15% dos membros do Diretório Estadual do PT. O vereador e seu grupo precisam chegar a 20%.

À disposição
Suplicy diz estar pronto para enfrentar Tatto, caso ele confirme sua inscrição hoje, o último dia de prazo. "Eu já estava esperando o Geraldo Alckmin, mas ele preferiu enfrentar o Lula. Não tenho problema de debater com o Arselino", disse.

Sonho de primavera
No entorno de Alckmin, os menos otimistas apostavam ontem que o presidenciável tucano encostará em Lula nas pesquisas quando entrar setembro.

Caixa de ferramentas
Instados pelo Planalto, petistas de São Paulo vão para cima de Alckmin nesta semana na tentativa de neutralizar seu crescimento. A crise na Febem será o carro-chefe da pancadaria.

Intoxicação
Na visita que fez anteontem à São Sebastião, no litoral paulista, Alckmin foi aconselhado a visitar o Bar do Chuchu. "Chuchu não. Chega de chuchu por enquanto", disse o governador.

Salto em distância
Uma das exigências que o prefeito do Rio, Cesar Maia, elencou para ser incluída na mesa de negociações do seu PFL com Alckmin está a promessa de que, caso eleito, o tucano dê prioridade aos Jogos Panamericanos no ano que vem.

Vitória fora de casa
A votação acima do esperado obtida por Anthony Garotinho em São Paulo, apesar do apoio de Orestes Quércia a Germano Rigotto, se deveu em grande parte à atuação do ex-governador do Rio no interior, articulada pelos deputados Paulo Lima e Gilberto Nascimento.

Te vi...
Diálogo ouvido por um passageiro em Congonhas semana passada, na fila de embarque SP-Brasília. "Senador, não sei se o sr. me conhece...", disse o "doador universal" Paulo Okamotto, a título de apresentação, a Heráclito Fortes (PFL-PI).

...na foto
"Como poderia não conhecer?", devolveu o espirituoso pefelista. "O sr. está em todos os jornais!". Apesar da fama e da generosidade para com Lula e família, Okamotto, ao contrário do caseiro Francenildo, permanece com o sigilo trancado.

Torneira aberta
Representantes dos fundos de pensão investigados pela CPI procuraram Osmar Serraglio (PMDB-PR) munidos de informações que o relator imaginava serem restritas à comissão e que irão constar no seu texto final. O tempo fechou entre a cúpula por conta do "vazamento".

Trânsito livre
No capítulo do relatório dedicado aos fundos, um dos pedidos de indiciamento mais fundamentados será o de Lúcio Funaro. O doleiro e ex-sócio da corretora Guaranhuns aparecerá como vínculo -além dos bancos- entre o esquema da área e o do mensalão.

Separações
O ex-assessor do PMDB Roberto Bertholdo está sozinho em sua cela no Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) de Curitiba desde a quarta- feira. Seu parceiro de cativeiro, o doleiro Toninho da Barcelona pediu e foi devolvido para SP.

TIROTEIO

Do presidente do PT paulistano, vereador Paulo Fiorilo, sobre o fato de Geraldo Alckmin enfatizar que pretende bater em Lula durante a campanha:
-É claro que não. Ele não quer mudar o nosso governo porque sabe que é bom. O Alckmin quer ser o Lula sem macacão, o Lula de gravata.

CONTRAPONTO

Pela culatra

Semana passada, na votação no Conselho de Ética do relatório de cassação do mandato do deputado João Paulo Cunha (SP), Sandes Júnior (PP-GO) fez um longo elogio ao petista.
-Certa vez, encontrei vossa excelência no corredor e me lembro que o senhor disse ter achado consolo para esta fase com meu disco de orações -, disse o deputado do PP.
João Paulo, na mesa principal, assentiu com a cabeça.
Como o relator do caso usou entre seus argumentos pela a cassação o fato de o instituto de pesquisa que João Paulo disse ter contratado não ter recolhido impostos, Sandes foi adiante.
-Quer dizer que, se eu comprar um eletrodoméstico e a loja não pagar imposto, a culpa é minha? Não! Se o empresariado não sonegar, não sobrevive!
Os membros do Conselho, que até então se entreolhavam, incrédulos, gargalharam.


Próximo Texto: Hoje, Serra vence eleição ao governo de SP no 1º turno
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.