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ELEIÇÕES 2006/DATAFOLHA
Tucano tem 57% e 65% dos votos válidos
em dois cenários avaliados pelo Datafolha
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Sem prefeito na disputa, Quércia lidera
corrida; Marta tem maior taxa de rejeição
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Hoje, Serra vence eleição ao governo de SP no 1º turno
FERNANDO DE BARROS E SILVA
EDITOR DE BRASIL
José Serra seria eleito governador do Estado de São Paulo se a
disputa fosse realizada hoje. O
prefeito paulistano venceria já no
primeiro turno, com ampla margem de vantagem sobre seus adversários, conforme revela pesquisa Datafolha realizada entre os
dias 16 e 17 deste mês.
O tucano alcança 58% das intenções de voto quando o adversário no PT é o senador Aloizio
Mercadante, que, com 12%, fica
46 pontos atrás de Serra. No cenário contra a ex-prefeita Marta Suplicy, Serra atinge 50% dos votos.
Fica 36 pontos à frente da petista,
que aparece com 14%.
Considerando-se apenas os votos válidos (quando são excluídos
os brancos, nulos e indecisos), o
prefeito chega a 65% no primeiro
cenário e a 57% no segundo.
É a primeira vez que o nome de
Serra aparece numa pesquisa para o governo paulista. Na última
terça-feira, depois de uma longa
disputa interna, o PSDB anunciou
o governador Geraldo Alckmin
como seu candidato à Presidência
da República. A escolha fez recrudescer as especulações a respeito
da candidatura Serra ao Bandeirantes e aumentou ainda mais a
pressão interna no tucanato para
que o prefeito decida concorrer.
Serra, que assumiu por escrito o
compromisso de permanecer na
prefeitura até o final do mandato,
tem até o dia 31 de março para se
desincompatibilizar da prefeitura
se quiser disputar o governo.
Quércia líder
Sem o prefeito na disputa, a corrida eleitoral paulista muda completamente de figura. Em todos os
quatro demais cenários pesquisados pelo Datafolha, o ex-governador Orestes Quércia, do PMDB,
aparece na liderança, condição
que já tinha em levantamento anterior, feito em dezembro. Nesses
cenários, Quércia hoje disputaria
o 2º turno contra o candidato do
PT -Mercadante ou Marta.
Contra o senador petista, Quércia oscila entre 27% e 29%, dependendo de quem seja o candidato
do PSDB (o vereador José Aníbal
ou o ex-ministro Paulo Renato).
Mercadante, por sua vez, também
oscila entre 21% e 23%.
Contra Marta, Quércia oscila
entre 28% e 29%, enquanto a ex-prefeita se mantém com 20%, seja
José Aníbal ou Paulo Renato o nome escolhido no PSDB.
A situação dos tucanos sem Serra é bastante desfavorável. Aníbal
tem entre 6% e 7% das intenções
de voto; Paulo Renato fica nos
3%. Ambos estão atrás do vereador Carlos Apolinário, do PDT,
que oscila entre 9% e 10% nos cenários em que Serra está ausente.
Assim como os tucanos que ainda buscam um lugar ao sol, Guilherme Afif, do PFL, também figura como azarão. Balança entre
2% e 5% das intenções de voto, a
depender do cenário analisado.
Marta rejeitada
Adversários dentro do PT, Marta e Mercadante estão empatados
tecnicamente, considerando-se a
margem de erro da pesquisa, de
dois pontos percentuais, para
mais ou para menos. A ex-prefeita, porém, é a campeã da rejeição,
com o dobro da taxa do senador.
De acordo com o Datafolha, 41%
dos entrevistados não votariam
em Marta de jeito nenhum, enquanto 20% dizem o mesmo de
Mercadante.
Quércia é o segundo mais rejeitado -28% não o escolheriam.
Com taxa semelhante à dos demais tucanos, Serra é rejeitado
por 15% dos eleitores.
Mesmo ressalvando que faltam
mais de seis meses para a eleição
-e que a pesquisa de intenção de
voto é um retrato do momento-,
o diretor do Datafolha, Mauro
Paulino, chama atenção para a
conjunção entre a baixa rejeição a
Serra e a sua altíssima votação.
"Hoje ele desponta como franco
favorito", diz. O Datafolha ouviu
1.706 pessoas em 45 cidades.
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