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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
Governador promete apoio ao prefeito, mas, se ele desistir, trabalhará por prévia na escolha do candidato tucano ao Bandeirantes
Alckmin cobra decisão rápida de Serra
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL
Geraldo Alckmin está decidido
a colocar todo o peso político-administrativo de seu grupo em prol
da candidatura de José Serra ao
Palácio dos Bandeirantes, mas, a
exemplo do que fez na disputa pela vaga de presidenciável tucano,
o governador pede pressa ao prefeito na tomada de decisões.
Caso Serra prefira não concorrer, Alckmin vai defender prévia
para a escolha do candidato do
PSDB. Segundo seus aliados, o
governador não aceitará uma indicação de José Serra.
"Não existe esse negócio de
quem perdeu a disputa presidencial indicar o nome para a chapa
do governo", diz um deles.
Para cobrar pressa do prefeito,
Alckmin tem argumentado que
somente assim haverá tempo para cicatrizar eventuais feridas no
PSDB paulista e evitar nova demonstração de desunião, como a
que ocorreu durante o longo embate presidencial.
Como, à exceção de Serra, os
nomes colocados até agora derrapam nas pesquisas, Alckmin avalia que a prévia é a única maneira
de legitimar uma decisão.
O governador também acha que
apenas a candidatura Serra poderia arrastar o PFL em São Paulo e
no âmbito nacional, pois a prefeitura ficaria com Gilberto Kassab
(PFL) e a possibilidade de vitória
em outubro seria grande.
"Caso contrário, os pefelistas
deverão lançar candidato ao governo paulista e deixar Alckmin
com o pé em dois palanques", diz
um de seus colaboradores.
Dos cinco pré-candidatos declarados ao governo, o vereador José
Aníbal é o único a afirmar que
não abrirá mão de seu direito de
disputar prévia em favor do prefeito, que lidera a corrida.
O ex-ministro Paulo Renato
Souza, outro pré-candidato, já
afirmou publicamente que sai da
disputa se Serra entrar. Alberto
Goldman e Aloysio Nunes são do
grupo do prefeito e não deverão
criar problemas. Por fim, Emanuel Fernandes é secretário da
Habitação de Alckmin e fará o
que o governador determinar.
Segundo um deputado que conversou com o governador no final
de semana, ele aceita a hipótese de
Serra defender e apoiar um dos
nomes já colocados, mas não de
simplesmente indicá-lo.
"Não há clima nem condições
para isso", teria dito Alckmin.
Aliados do prefeito, no entanto,
ponderam que, caso ele tome a
decisão no último dia do prazo
para se desincompatibilizar da
prefeitura, a vaga será dele.
No entorno do prefeito, muitos
já o aconselham a ir para a disputa
e trabalham dentro do partido para criar as condições de lançamento da candidatura.
No grupo de Alckmin, alguns
correligionários temem que, uma
vez fora da prefeitura, Serra ainda
possa manter acesa a chama de
concorrer ao Planalto. Mas a hipótese perdeu força com a divulgação da pesquisa Datafolha para
presidente, na qual o tucano subiu seis pontos.
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