São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Governador promete apoio ao prefeito, mas, se ele desistir, trabalhará por prévia na escolha do candidato tucano ao Bandeirantes

Alckmin cobra decisão rápida de Serra

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

Geraldo Alckmin está decidido a colocar todo o peso político-administrativo de seu grupo em prol da candidatura de José Serra ao Palácio dos Bandeirantes, mas, a exemplo do que fez na disputa pela vaga de presidenciável tucano, o governador pede pressa ao prefeito na tomada de decisões.
Caso Serra prefira não concorrer, Alckmin vai defender prévia para a escolha do candidato do PSDB. Segundo seus aliados, o governador não aceitará uma indicação de José Serra.
"Não existe esse negócio de quem perdeu a disputa presidencial indicar o nome para a chapa do governo", diz um deles.
Para cobrar pressa do prefeito, Alckmin tem argumentado que somente assim haverá tempo para cicatrizar eventuais feridas no PSDB paulista e evitar nova demonstração de desunião, como a que ocorreu durante o longo embate presidencial.
Como, à exceção de Serra, os nomes colocados até agora derrapam nas pesquisas, Alckmin avalia que a prévia é a única maneira de legitimar uma decisão.
O governador também acha que apenas a candidatura Serra poderia arrastar o PFL em São Paulo e no âmbito nacional, pois a prefeitura ficaria com Gilberto Kassab (PFL) e a possibilidade de vitória em outubro seria grande.
"Caso contrário, os pefelistas deverão lançar candidato ao governo paulista e deixar Alckmin com o pé em dois palanques", diz um de seus colaboradores.
Dos cinco pré-candidatos declarados ao governo, o vereador José Aníbal é o único a afirmar que não abrirá mão de seu direito de disputar prévia em favor do prefeito, que lidera a corrida.
O ex-ministro Paulo Renato Souza, outro pré-candidato, já afirmou publicamente que sai da disputa se Serra entrar. Alberto Goldman e Aloysio Nunes são do grupo do prefeito e não deverão criar problemas. Por fim, Emanuel Fernandes é secretário da Habitação de Alckmin e fará o que o governador determinar.
Segundo um deputado que conversou com o governador no final de semana, ele aceita a hipótese de Serra defender e apoiar um dos nomes já colocados, mas não de simplesmente indicá-lo.
"Não há clima nem condições para isso", teria dito Alckmin.
Aliados do prefeito, no entanto, ponderam que, caso ele tome a decisão no último dia do prazo para se desincompatibilizar da prefeitura, a vaga será dele.
No entorno do prefeito, muitos já o aconselham a ir para a disputa e trabalham dentro do partido para criar as condições de lançamento da candidatura.
No grupo de Alckmin, alguns correligionários temem que, uma vez fora da prefeitura, Serra ainda possa manter acesa a chama de concorrer ao Planalto. Mas a hipótese perdeu força com a divulgação da pesquisa Datafolha para presidente, na qual o tucano subiu seis pontos.


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