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JUDICIÁRIO
Novo presidente do Superior Tribunal Militar toma posse
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Numa defesa da existência
da Justiça Militar, o novo
presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Carlos
Alberto Marques Soares, assumiu o cargo ontem fazendo distinções incisivas entre
essa área no Brasil e na Argentina, país que acaba de
extinguir a Justiça Militar e a
crimininalização do homossexualismo na caserna.
"No Brasil, o homossexualismo não é crime. Crime é
praticar ato libidinoso, homossexual ou não, em local
sujeito à administração militar. Pune-se o militar que tenha atitudes sociais em atividade militar que possam afetar o pundonor militar ou o
decoro da classe", disse Soares, que é o primeiro juiz e o
segundo civil a assumir a
presidência do STM, em 200
anos de história.
Ele também criticou "os
péssimos exemplos" da Justiça Militar na Argentina
"durante os períodos revolucionários ou não". E deu o
motivo: no país vizinho, a
Justiça Militar não pertence
ao Poder Judiciário, como no
Brasil, mas sim é subordinada aos comandos militares.
Soares mandou ainda recado direto ao Executivo e ao
Legislativo: o de que não vai
aceitar críticas na imprensa
contra o STM que partam de
"membros de outros Poderes
e de instituições" .
"Assumo nesta data o
compromisso moral de jamais deixar sem resposta
opiniões e reportagens (...) e
avaliações e comentários
preconcebidos e depreciativos a nossa instituição", disse, em solenidade que lotou o
plenário e o auditório do tribunal, mas com uma grande
ausência: o Executivo.
Havia grande expectativa
de que o presidente Lula
comparecesse, mas o único
representante de peso do governo foi o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Estiveram
presentes também os comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica.
A Justiça Militar Federal
tem o menor orçamento da
União (0,019%) e do Poder
Judiciário (1,94%).
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