Prefeito de Osasco, Emídio de Souza, até então pré-candidato, desiste e diz que fica no cargo

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT emitiu ontem o primeiro sinal concreto de que prepara o terreno para lançar a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. Em carta dirigida à militância e a filiados petistas, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, que até então se apresentava como pré-candidato no PT, anunciou que não se desincompatibilizará do cargo, desistindo da disputa estadual.
A desistência foi anunciada ontem à noite em São Paulo, num encontro com petistas. A estratégia foi discutida pelo próprio Emídio com Mercadante na segunda-feira. A Folha apurou que Mercadante disse à direção do PT que aceita ser candidato e abrir mão da reeleição ao Senado.
"Eu não posso esperar o prazo do PT. A renúncia, numa cidade como Osasco, teria que ser muito bem articulada. O tempo do PT não se coaduna com o meu", disse Emídio à Folha. Aos petistas, o prefeito disse que está claro que a candidatura de Mercadante se consolida e que ele não quer criar problemas internos num Estado crucial para a campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.
A direção estadual do PT espera por gesto semelhante de outros pré-candidatos -o senador Eduardo Suplicy e o deputado federal Arlindo Chinaglia. Também o ministro Fernando Haddad (Educação) será consultado sobre a candidatura de Mercadante, um gesto protocolar apenas para evitar rixas e dissidências internas.
"O gesto do Emídio é importante. A partir da semana que vem, conversaremos com as demais lideranças", disse o presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva. Sobre uma eventual candidatura de Ciro Gomes (PSB) no Estado, em aliança com o PT, Edinho disse que "esse capítulo está encerrado".
Na carta divulgada ontem, o prefeito de Osasco faz uma análise das administrações do PSDB no Estado, agradece aos apoios recebidos de prefeitos, deputados estaduais e federais à sua pré-candidatura, e promete atuar "com determinação e entusiasmo" na campanha da ministra Dilma e do candidato do PT ao governo do Estado.


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