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Marina afirma que sua agenda
não é de direita nem de esquerda
Senadora defende a autonomia do BC e a manutenção do superavit primário
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse
ontem que não está construindo uma "agenda de direita ou
de esquerda" para as eleições. E
afirmou que não conhece o significado da expressão "neoliberalismo verde", cunhada por
críticos de seus recentes movimentos em busca de apoio.
"Precisamos sair destes rótulos. Eu não sei o que significa
esta história de "neoliberalismo
verde". O que eu sei é que nós tivemos conquistas nos últimos
16 anos e elas precisam ser preservadas", disse Marina.
A polêmica ganhou força
após o anúncio da adesão do
economista Eduardo Giannetti
da Fonseca, tido como supostamente mais identificado com
ideias defendidas pelo PSDB.
"Sempre buscamos oferecer
alternativas, à margem de partidos e de governos. Para isso,
vamos discutir com as pessoas,
sem rotulá-las e sem fazer policiamento", afirmou Marina.
Ela defendeu a autonomia do
Banco Central, as metas de inflação e a manutenção do superavit primário. "Eu me lembro
que, quando se falava em controlar a inflação e criar reservas, diziam que era uma política neoliberal. O governo do
presidente Fernando Henrique
Cardoso fez isso e o presidente
Lula continuou fazendo."
Questionada sobre o apoio
do PSDB à candidatura do deputado federal Fernando Gabeira (PV) ao governo do Rio de
Janeiro, Marina mencionou o
apoio do PV à candidatura do
senador petista Tião Viana ao
governo do Acre.
O PV conduz um "processo
correto", disse a senadora, e seu
programa de governo será
"guiado por princípios". "Para
que nós vamos nos apequenar
em uma discussão sobre o que é
direita e o que é esquerda? Precisamos é assegurar que haja
coerência interna e externa em
torno de princípios."
Pré-sal
Por ver risco de "contaminação pelo período eleitoral", a
senadora defendeu que as discussões sobre marco regulatório do pré-sal sejam transferidas para 2011. "O caso dos royalties já está contaminado. O
melhor seria fazer dois movimentos: deixar para 2011 e desde já pensar como isso seria feito à luz da reforma tributária."
Ela também se disse favorável à reforma política e ao financiamento público de campanhas, mas por meio de uma
"constituinte exclusiva". "Deveríamos ter deputados e senadores eleitos só para isso e que
não poderiam concorrer nas
próximas eleições. É a maneira
de sairmos do impasse."
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