São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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PAINEL

Unidade de araque
As alas do PMDB costuram um acordo para manter Paes de Andrade na presidência da sigla, desde que ele convoque a convenção de junho para homologar a decisão da de 8 de março. Assim, os governistas fecham a ameaça ao apoio a FHC.

Sem concorrência
Antonio Britto (RS) e outros governadores têm simpatia pela manutenção de Paes de Andrade, domesticado, na presidência do PMDB. Com Paes enfraquecido, mantêm a interlocução direta com FHC. Jader Barbalho, cotado para o posto, dançaria.

Rede de intrigas
No PFL, há quem diga que, se Jorge Bornhausen não voltar ao Senado, perde a presidência do partido. Não resistiria a ACM, que preferiria alguém mais próximo para preparar a candidatura de Luís Eduardo em 2002.

A natureza humana
A origem da rixa entre Odílio Balbinotti (PSDB-PR) e os deputados pianistas supostamente denunciados por ele é uma ponte na BR 369, em Maringá. O tucano quer aparecer como padrinho da obra e acusa os demais de trabalhar para reter a verba.

Faturadinha de leve
FHC envia hoje ao Congresso a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 99, quase um mês antes do prazo legal: 15 de abril. A antecipação foi cobrada por ACM.

Trator em movimento
Serjão (Comunicações) articula para que a governadora Roseana Sarney (PFL) acolha Jaime Santana (PSDB) como candidato a senador em sua chapa à reeleição no Maranhão. Mas alguns pefelistas não gostaram.

Telecheque
Dante de Oliveira (PSDB-MT) está negociando um pacote de antecipação de receitas com o governo federal, antes de anunciar sua recandidatura. Na bica, uma verba de R$ 60 mi de antecipação de receitas da Telemat.

Inês é morta
Waldir Pires (PT) não quer mais a recontagem de votos da eleição de 94 para o Senado (a vaga ficou com Waldeck Ornellas, PFL), que a Justiça Eleitoral baiana já admite fazer. Vai usar o caso na campanha ao governo.

Vale tudo
De Milton Temer (PT-RJ), sobre os pianistas flagrados na Câmara: "Em vez de arregimentar quem deixa Brasília na quarta ou faz corpo mole nos gabinetes, FHC busca aliados nos concertos dos teatros municipais".

Guerra paulista
O PSDB entrou ontem com recurso na Justiça Eleitoral contra o PPB. Alega que Maluf colocou no ar propagandas que fazem promoção pessoal quando deveriam fazer promoção partidária.

Bateu onde dói
Na dura que deu em Lula por conta do panfleto do PT do Rio contra a coligação com o PDT, Leonel Brizola disse lhe que, antes de negociar alianças, o líder petista deveria demonstrar autoridade dentro de seu partido.

Sucessão pernambucana
Contratado por um pool de agências que servem ao governo de Pernambuco, o publicitário Duda Mendonça coloca no ar amanhã os primeiros comerciais que fez para Arraes (PSB).

Picuinha eleitoral
Só para pegar no pé de Covas, que tem restrições à reeleição, já começam a perguntar quem pagará o feijão que ele promete dar aos tucanos que irão almoçar no Palácio dos Bandeirantes para pressioná-lo a ser candidato.

Verba federal
O Ministério da Saúde repassa hoje para São Paulo R$ 4,2 mi para a compra dos 40 medicamentos de farmácia básica.

Visita à Folha
O presidente do Partido Nacional Liberal do Líbano, Michel Dory Chamoun, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Michel Abou-Abdallah, secretário de relações exteriores do partido; de Nabil Tyan, assessor de imprensa do partido, e de Lody Brais, coordenadora do comitê de recepção.

TIROTEIO

Do senador Júlio Campos (PFL-MT), sobre as articulações de Serjão (Comunicações) para lançar candidatos do PSDB em vários Estados, rompendo a neutralidade que FHC prometeu aos partidos aliados:
- Ou o PFL é aliado de primeira hora do governo, ou é adversário político. Dois pesos e duas medidas é uma atitude com a qual não podemos concordar.

CONTRAPONTO

Salada ideológica
O café da manhã ontem entre o candidato à Presidência Ciro Gomes e a direção do PL, na casa do líder do partido na Câmara, deputado Valdemar Costa Neto (SP), produziu uma curiosa mistura político-ideológica.
Além dos liberais e do ex-tucano Ciro Gomes, hoje no PPS (Partido Popular Socialista, ex-Partido Comunista Brasileiro), estava presente Alfredo Sirkis, do PV, que apóia Ciro.
Durante a conversa, Sirkis fez questão de deixar claro que gostaria de ver a legalização do uso da maconha, umas bandeiras do PV, no programa de campanha.
Álvaro Valle, presidente do PL, não deixou por menos:
- Tá bom. Mas, para começar a conversa, vamos trocar uma coisa pela outra. Primeiro precisamos garantir que o candidato é contra o aborto, depois discutimos a questão das drogas.
No meio do tiroteio, Ciro desconversou:
- São questões polêmicas. Vamos aprofundá-las depois.



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