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REFORMA MINISTERIAL
Serra mantém suspense sobre resposta a presidente
Deputados fazem lobby para manter Albuquerque
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O apoio de mais de uma centena
de deputados aliados ao Planalto à
permanência de Carlos Albuquerque no Ministério da Saúde tumultuou ontem as negociações da
reforma ministerial marcada para
o início de abril.
Convidado para o cargo, o senador José Serra (PSDB-SP) manteve
o suspense sobre a resposta que
dará ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele minimizou o
impacto do apoio que políticos
governistas de quatro partidos
(PSDB, PMDB, PFL e PPB) deram
a Albuquerque.
"Não vou responder a isso",
reagiu o senador. Mesmo diante
das resistências, dirigentes do
PSDB avaliam que a substituição
de um tucano pelo outro não está
inviabilizada.
"O PSDB apoiará a decisão do
presidente e se reserva a participar
da montagem do segundo governo. Não vale a pena entrar na disputa agora: precisamos de uma
transição tranquila", resumiu o líder tucano na Câmara, Aécio Neves (MG), encarregado de informar FHC sobre a manifestação de
apoio a Albuquerque que reuniu
60 dos 95 deputados do partido.
A pelo menos dois dirigentes tucanos, Serra disse que ainda não
decidiu se irá ou não para a Saúde.
O convite de FHC ainda está de pé,
apesar da manifestação de apoio a
Albuquerque.
Depois de 15 meses no cargo, onde chegou por indicação de Ruth
Cardoso, mulher do presidente,
Albuquerque viu ontem multiplicar-se seu apoio político.
O ministro mostrou disposição
de ficar no cargo a um grupo de 19
deputados que levou ao ministério
cópias de três documentos de
apoio a sua permanência: o primeiro dirigido a FHC com assinaturas recolhidas no PSDB, o segundo endossado por 60 peemedebistas e um terceiro suprapartidário.
O manifesto público denuncia
"a ação orquestrada por setores
descontentes com o objetivo de
comprometer os avanços em curso e manter a estrutura viciada do
passado".
Traduzindo, os parlamentares
defendem a política de descentralização administrativa do ministério, que repassa verbas às prefeituras.
Albuquerque disse que todo o
mérito da política do ministério
era do presidente e destacou duas
tarefas que ainda tem pela frente: a
regulamentação dos planos privados de saúde e a definição de um
substituto da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para financiar os
gastos da Saúde.
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