São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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CASOS RECORRENTES
Casa instalou TV para coibir abusos em 92
Prática de votação dupla é comum

da Redação

Não é novidade. Em 1985 Homero Santos e Ronan Tito. Em 1988, Edison Lobão. Em 1991, Nilton Gomes, o Nilton "Baiano". A prática de parlamentares pianistas, vira e mexe, é flagrada ou denunciada.
Homero Santos (PFL-MG), nomeado ano passado para o Tribunal de Contas da União, foi considerado o primeiro "pianista" da história do Parlamento. Foi flagrado tocando o piano em lugar de um colega ausente. Disse: "Eu, votando duas vezes? Uai, só se foi alguma brincadeira".
Na votação pela Câmara dos Deputados do projeto de regulamentação das eleições municipais de 85, Ronan Tito (PMDB-MG) também foi pego como "pianista".
Na época, afirmou que votou por outro deputado, "que precisou se ausentar do plenário por alguns instantes".
A dupla votação valeu aos dois censura por escrito da Mesa Diretora da Câmara.
Em 88, durante o Congresso Constituinte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) foi acusado, sem comprovação, de votar no lugar do deputado também maranhense Sarney Filho (PFL), que estava em seu Estado no dia da votação.
Em janeiro de 91, o deputado Lael Varella (PFL-MG) denunciou que alguém votou em seu lugar. Houve registro de seu voto, mas ele estava ausente da Câmara naquele dia.
Em dezembro de 91, a Câmara abriu investigação para apurar se o deputado Nilton Gomes, o Nilton "Baiano" , votou em lugar de João Batista Motta (PSDB-ES). O plenário da Câmara rejeitou a punição aos dois.
Em 92, a Câmara decidiu instalar TV para fiscalizar as votações e inibir que uns votassem pelos outros. A sessão de anteontem mostrou que a prática continua.



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