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SUCESSÃO
Manifestações populares também têm a função de dar respaldo político à mudança de posição do governador
PSDB aumenta pressão sobre Covas
CLÁUDIA TREVISAN
EMANUEL NERI
da Reportagem Local
O PSDB desencadeia hoje
um esforço concentrado para
tentar convencer o governador Mário Covas a anunciar sua candidatura à
reeleição até o final deste mês.
Essas pressões terão um segundo
objetivo. Elas darão respaldo político para o recuo de Covas, que
sistematicamente tem afirmado
que não será candidato.
Diante da pressão popular, o governador estaria em uma posição
mais confortável para justificar
sua mudança de posição. Tucanos
próximos a Covas acreditam que
ele não terá como resistir a esse tipo de pressão sem correr o risco
de se suicidar politicamente.
Nos próximos nove dias devem
ocorrer pelo menos sete manifestações que terão como principal
marca o apelo a Covas.
A primeira acontece hoje no Palácio dos Bandeirantes. Integrantes de movimentos populares participarão do ato "Fique governador Mário Covas!".
A candidatura à reeleição será
pedida em faixas, palavras de ordem, músicas e um abaixo-assinado, que até as 12h de ontem contava com 16 mil assinaturas. Edson
Marques, do Núcleo de Ação Popular do PSDB, acredita que 3.000
pessoas irão ao Bandeirantes hoje.
O ato de maior peso político
acontece na segunda-feira. Todos
os governadores do PSDB, os integrantes da executiva nacional do
partido e os principais líderes tucanos almoçam com Covas no Palácio dos Bandeirantes.
O presidente do PSDB, Teotônio
Vilela Filho, está convencido de
que o encontro vai reforçar a candidatura de Covas à reeleição.
Um dia depois, na terça-feira, o
governador volta a enfrentar pressões para disputar um novo mandato. O ministro Sérgio Motta deve aproveitar a solenidade de
inauguração do Teatro São Pedro,
restaurado pelo Estado, para tentar convencer Covas.
Essa maratona terá seu ponto alto no dia 28, no congresso da Associação Paulista dos Municípios,
na Praia Grande, litoral paulista.
O projeto do PSDB é fazer uma
das maiores manifestações de sua
história no Estado. Ônibus com
manifestantes devem sair da
maioria das cidades nas quais o
partido possui diretórios.
A pressão será complementada
por deputados federais, deputados
estaduais, prefeitos, vereadores do
partido e movimentos populares.
Antes do dia 28, os tucanos farão
outros atos pró-candidatura. No
dia 26, mulheres que atuam em
movimentos populares apelam à
primeira-dama Lila Covas na esperança de que ela convença o marido a oficializar a candidatura.
No dia 27, o PSDB vai espalhar
2.000 faixas em São Paulo em defesa da reeleição de Covas.
Ontem, Covas continuava a dizer que não será candidato. Sobre
o efeito das pressões, foi evasivo:
"Isso depende da capacidade de
convencimento do PSDB e da minha capacidade de resistência".
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