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Ciro nega interesse
em apoio de Quércia
VANESSA HAIGH
da Sucursal de Brasília
O pré-candidato à Presidência
da República pelo PPS, Ciro Gomes, afirmou ontem que não está
interessado no apoio do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB) e do senador Roberto
Requião (PMDB-PR) à sua candidatura.
Ciro participou ontem de café da
manhã com os líderes do PL, com
quem discutiu as possibilidades de
aliança em torno de seu nome.
"Não quero montar uma aliança
de ressentidos nem um ajuntamento das oposições contra FHC;
quero fazer um programa de caráter positivo, construtivo", disse
Ciro ao final do encontro com os
deputados federais Álvaro Valle
(PL-RJ) e Valdemar Costa Neto
(PL-SP).
Já o apoio do ex-presidente Itamar Franco, alvo de humilhações
na convenção do PMDB para decidir sobre a candidatura própria do
partido, é aguardado ansiosamente por Gomes. "Somos amigos,
mas não quero fazer pressão nem
pedir apoio. O melhor é deixá-lo
decidir o que é melhor para ele e
para o Brasil", comentou.
A tática de se afastar de Quércia
também é uma maneira de Ciro
marcar uma oposição a Lula, que
declarou recentemente admitir
uma aliança com o ex-governador
paulista.
O distanciamento em relação a
Lula faz parte do projeto de Ciro
Gomes de se colocar como uma alternativa entre o candidato do PT
e FHC.
A aproximação do PPS com o
PL, um partido de perfil conservador, também faz parte da estratégia de Ciro de se apresentar como
um candidato de centro-esquerda.
Ele negou que o minuto que terá
a mais no horário eleitoral gratuito caso o PL confirme seu apoio
seja levado em consideração.
"Vivem me pedindo declarações
sobre alianças que me darão minutos na televisão ou dinheiro para a campanha, mas eu quero promover a rebeldia contra esta prostração moral que tomou conta da
política", disse Gomes.
Ao final da entrevista, o candidato não se acanhou em pedir votos aos jornalistas presentes.
"Vocês também são eleitores",
justificou.
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