São Paulo, sábado, 20 de abril de 2002

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PSB diz que vai manter Garotinho

RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem que manterá sua candidatura, mesmo com a perspectiva de que a verticalização das alianças, mantida pelo Supremo Tribunal Federal, possa vir a prejudicá-lo.
A decisão de manter a candidatura de Garotinho foi tomada pela cúpula do PSB após duas reuniões -anteontem à noite e ontem pela manhã. A direção do partido concluiu que sua desistência diminuiria as chances dos candidatos do partido nos Estados -em alguns casos ao governo, em outros à Câmara dos Deputados e ao Senado.

Serra
Para Garotinho, a candidatura que está com os dias contados é a do pré-candidato tucano ao Planalto, José Serra: "Se alguma candidatura está sendo sepultada é a do governo, e pelo povo. Ele [Serra" é o candidato que vem caindo nas pesquisas e quem está sepultando não é o tribunal, é o povo".
Para referendar a posição do PSB, foi divulgada uma nota oficial. O partido calcula que elegerá de 32 a 53 deputados federais.
O PSB espera ganhar mais tempo na TV, pois trabalha com a expectativa de que PFL, PPB e PL não deverão lançar candidatos ao Planalto. Além disso, Garotinho fez acordos com nove partidos nanicos: PAN, PGT, PTN, PTC, PRT, PT do B, PSD, PSC e PST.
Evitando atacar o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que se transformou no seu principal alvo nos últimos dias, o ex-governador do Rio negou a possibilidade de se aliar ao PT ainda no primeiro turno: "Sem chance. No segundo turno, ele [Lula" dará o voto que me deve".
O presidente do PSB, Miguel Arraes, que 20 dias atrás conversou com o presidente do PT, José Dirceu, disse "estar disponível" para novos encontros, mas negou que tenha sido "procurado formalmente" pelos petistas.
Antes de anunciarem a decisão oficial, Arraes e Garotinho se reuniram por uma hora, em Brasília. Decidiram que as viagens pelo interior do país devem ser intensificadas e evitadas polêmicas, especialmente com quem possa representar alianças regionais.
A estratégia começou ontem mesmo. Apesar de o deputado estadual Sérgio Cabral (PMDB-RJ) anunciar seu apoio à candidatura Garotinho e de sua mulher, Rosângela Matheus, ao governo do Rio, não conseguiu a contrapartida. "Podemos retribuir", disse o ex-governador, em tom contido.
Em sua passagem por Brasília, Garotinho conversou com o presidente do PST, Marcílio Duarte, nomeando-o coordenador dos pequenos partidos. O encontro durou menos de meia hora.


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