São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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PAINEL

É dando...
O Planalto tem pressa em acertar as contas e acabar com o corpo mole do Congresso. Na quinta e na sexta, os ministérios receberam relação das pendências de 2003 a executar -motivo de indocilidade geral, mas especialmente do PTB e do PP.

...que se recebe
Antes de enviar o novo salário mínimo ao Congresso, onde as votações estão paradas, o governo reza a oração de São Francisco. A fatura é alta. O PMDB, além do que já cobrou, indicará o senador Romero Jucá (RR), ex-líder de FHC, relator da cobiçada Comissão de Orçamento.

No palitinho
Na mesa de Lula, há três propostas de valor para o salário-família, hoje de R$ 13,48: R$ 19, R$ 22 e R$ 25. Dificilmente será o terceiro. O governo quer criar mecanismos para combater a fraude com o benefício.

Mandato esticado
Em discurso aos militares, Lula disse estar no cargo há 13 meses. Na verdade, já são 15 e meio.

Tudo em vão
Ao admitir a hipótese de manter "por mais dez anos" a política econômica do governo anterior, Antonio Palocci azedou a sopa da cúpula petista. Na reunião do Diretório Nacional, fez-se esforço para demonstrar que a política não era a dos tucanos.

Antes e depois
Entra no ar hoje a primeira peça da campanha de prestação de contas de ações de "médio impacto" do governo, assinada pela agência Matisse. O comercial mostrará o que foi feito em Brasília Teimosa, região de palafitas na periferia do Recife visitada por Lula logo depois da posse.

Bienal do Livro
No vôo que o levou de São Paulo a Brasília no domingo, o ministro Olívio Dutra devorou três orelhas e quatro contracapas de livros. Folheou seis volumes, alguns de trás para a frente.

Heróis da resistência
No governo e no PT federal, cresce a impressão de que os petistas de São Paulo farão tudo à sua moda, ou seja, não cederão às pressões para tirar de Rui Falcão e dar ao PMDB o posto de vice na chapa de Marta Suplicy.

Contrato de risco
A se confirmar a opção puro-sangue, Brasília enxerga dois finais para a novela paulistana: se Marta vencer, os louros serão todos de seu grupo, que domina o PT municipal e avançará sobre o estadual; se perder, a turma da prefeita pagará a conta sozinha.

Dor no bolso
Definido no fim de semana, o veto do PT a doações de concessionárias de serviços públicos teria sangrado o cofre da campanha de Marta Suplicy em 2000. Naquele ano, as empresas de limpeza lideraram as contribuições: 19,5% do arrecadado.

Cabeça feita
O presidente da Assembléia, Sidney Beraldo, anunciará apoio a Saulo de Castro Abreu Filho, um dos quatro pré-candidatos tucanos à prefeitura paulistana.

Calendário 1
Os tucanos fecharam a data da possível pré-convenção para definir seu candidato: 16 de maio.

Calendário 2
Será no dia 29 o julgamento, no TSE, do processo de cassação do governador Joaquim Roriz (PMDB-DF) por suposto abuso do poder econômico e político na campanha de 2002. O senador João Capiberibe (PSB-AP) será julgado dois dias antes por acusação de compra de votos.

Pesos e medidas
Críticos do alegado desapreço do petismo pelas agências reguladoras, os tucanos não abriram o bico quando o governo paulista indicou Sampaio Dória diretor da Artesp (transportes). Nome sem expressão na área, o ex-deputado pode emplacar agora a diretoria geral do órgão.

TIROTEIO

De Geraldo Magela, candidato derrotado do PT ao governo do DF, sobre o elogio de Lula à comunicação de Joaquim Roriz:
- O presidente foi influenciado pelo enorme volume de publicidade. Mas a propaganda do Roriz é mesmo muito boa: mostra até o que ele não faz.

CONTRAPONTO

Disque-invasão

Em geral tenso, o ambiente na CPI da Terra ficou ainda mais carregado na quinta passada, quando a sessão foi interrompida pela notícia de suposto plano do MST para invadir o palácio do governo de Pernambuco.
Em meio à incerteza, Eduardo Suplicy ligou de seu celular para Gilmar Mauro, um dos líderes dos sem-terra. Após alguns minutos de conversa, o senador petista passou o telefone para o colega Sérgio Guerra (PSDB). Senador por Pernambuco, Estado com o maior o número de invasões da temporada, Guerra ouviu palavras tranqüilizadoras de Mauro. Em seguida, o tucano Arthur Virgílio pediu a palavra:
-Esta comissão tem pelo menos três pontos positivos: a própria CPI, o senador Suplicy e o celular do senador Suplicy.
No comando da sessão, Álvaro Dias (PSDB-PR) arrematou:
-Ele é o porta-voz dos sem-terra na interlocução com a CPI.


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