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Sem-terra fizeram 90
invasões desde março
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REDAÇÃO
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) completou 90 invasões de propriedades rurais no país desde o dia 10
de março, quando deu início à
chamada "jornada de luta". Ontem, o movimento anunciou a invasão de mais três fazendas
-duas no Piauí e uma na Bahia.
Segundo o MST, 600 pessoas
"acamparam" na fazenda Junco,
na região de Teresina. A área, de
1.800 hectares, é improdutiva, segundo o movimento. Um dos
proprietários, Raimundo Neto e
Silva Nogueira Lima, irmão do
deputado federal Ciro Nogueira
Lima Filho (PP-PI), disse que a
área é produtiva. Ele entrou com
ação de reintegração de posse.
No sábado, 900 sem-terra invadiram a fazenda Guandu, de 600
hectares, também na região de
Teresina. A Agência Folha não localizou o proprietário. Na Bahia,
cerca de 800 pessoas, segundo o
MST, invadiram anteontem a fazenda Pilões, em Nova Redenção,
na Chapada Diamantina -primeira invasão na região.
O MST alega que a fazenda, de
1.200 hectares, é improdutiva. O
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ainda
não fez nenhuma vistoria na área.
Além de invasões de terra, o
MST tem organizado marchas,
interditou estradas e uma ferrovia
e invadiu prédios públicos. No sul
do Pará, por exemplo, sem-terra
invadiram a sede do Banco do
Brasil em Conceição do Araguaia,
onde ficaram por quatro horas.
Algumas das 90 áreas invadidas
foram desocupadas. Em Goiás, a
PM retirou ontem sem-terra ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de área em Iaciara. Há invasões de terras produtivas, como a da fazenda da
empresa Klabin, em Santa Catarina, e de uma área da Veracel Celulose, na Bahia, onde sem-terra
chegaram a derrubar parte da
plantação de eucaliptos, mas já
saíram do local. A Klabin entrou
com pedido de reintegração.
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