São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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PFL estuda prévia para escolher vice de Alckmin

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Às vésperas de reunir sua Executiva para oficializar a aliança nacional com o PSDB para disputar a Presidência, cresceu ontem a tensão no PFL, o que poderá levar o partido a realizar uma inusitada disputa de prévias para a escolha de quem será o vice na chapa encabeçada por Geraldo Alckmin.
A última cartada para tentar resolver o impasse, já comparado nas bancadas do PSDB e do PFL à disputa entre Alckmin e o ex-prefeito de São Paulo José Serra no início do ano, foi dada ontem em um encontro entre o presidente do partido, Jorge Bornhausen (SC), e os dois cotados para o posto, os senadores José Jorge (PE) e José Agripino (RN).
No encontro, Bornhausen revelou aos dois o resultado da consulta realizada por ele com as lideranças do partido sobre o melhor nome para o cargo. O resultado foi favorável a José Jorge.
O universo pesquisado envolve as bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado, os membros da Executiva, e os governadores e prefeitos de capitais da sigla, num total de 94 pessoas.
Após divulgar o resultado, Bornhausen primeiro fez questão de dizer que não tinha interesse em concorrer ao cargo, já que seu nome também constava da lista tríplice da pesquisa. Depois, pediu aos dois senadores que chegassem a um acordo para evitar o desgaste da realização de prévias.
"Vou levar o resultado à Executiva, agora cabe a eles o entendimento", afirmou Bornhausen.

Desistência
Nos bastidores, entretanto, pefelistas afirmaram que Bornhausen esperava pela desistência de Agripino para anunciar José Jorge como nome de consenso, logo após a reunião da Executiva, na manhã de hoje. Mas Agripino disse que não recuará.
Os dois senadores têm apoio de grupos distintos no Congresso. Líder do partido no Senado, Agripino é o preferido da chamada ala pefelista ligada a Antonio Carlos Magalhães (BA). Também tem o apoio velado de parte da cúpula do PSDB que coordena a campanha de Alckmin. Do outro lado, José Jorge tem maioria entre prefeitos e governadores do partido. Na Câmara, o placar é similar.
A demora na escolha do vice também tem gerado queixas do PSDB. Oficialmente, Alckmin afirma que trabalha com a data de 15 de maio como prazo e que não interferirá para dirimir o impasse. "Temos que saber conviver com o processo democrático, que é cheio de caminhos", afirmou.

Aliança nos Estados
Outro fator que tem incomodado os tucanos é a dificuldade para desatar alguns nós que impedem a aliança formal entre os partidos em determinados Estados, o que restringe palanque para Alckmin. Atualmente, a situação mais crítica está na Bahia, em Sergipe, no Maranhão e no Distrito Federal.
Mas, incomodados com a estagnação da campanha, os líderes tucanos sugeriram a Alckmin que intensifique a agenda de viagens sem esperar pela consolidação de palanques nos Estados.
Em reunião ontem, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), sugeriu que o ex-governador Alckmin visite até os Estados onde a aliança enfrenta problemas. Nos próximos 15 dias, ele deverá passar por todos os Estados nordestinos, inclusive a Bahia. "A campanha não pode parar por causa disso", afirmou Tasso.


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