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PFL estuda prévia para escolher vice de Alckmin
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Às vésperas de reunir sua Executiva para oficializar a aliança
nacional com o PSDB para disputar a Presidência, cresceu ontem a
tensão no PFL, o que poderá levar
o partido a realizar uma inusitada
disputa de prévias para a escolha
de quem será o vice na chapa encabeçada por Geraldo Alckmin.
A última cartada para tentar resolver o impasse, já comparado
nas bancadas do PSDB e do PFL à
disputa entre Alckmin e o ex-prefeito de São Paulo José Serra no
início do ano, foi dada ontem em
um encontro entre o presidente
do partido, Jorge Bornhausen
(SC), e os dois cotados para o posto, os senadores José Jorge (PE) e
José Agripino (RN).
No encontro, Bornhausen revelou aos dois o resultado da consulta realizada por ele com as lideranças do partido sobre o melhor
nome para o cargo. O resultado
foi favorável a José Jorge.
O universo pesquisado envolve
as bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado, os membros da Executiva, e os governadores e prefeitos de capitais da sigla, num total de 94 pessoas.
Após divulgar o resultado, Bornhausen primeiro fez questão de
dizer que não tinha interesse em
concorrer ao cargo, já que seu nome também constava da lista tríplice da pesquisa. Depois, pediu
aos dois senadores que chegassem a um acordo para evitar o
desgaste da realização de prévias.
"Vou levar o resultado à Executiva, agora cabe a eles o entendimento", afirmou Bornhausen.
Desistência
Nos bastidores, entretanto, pefelistas afirmaram que Bornhausen esperava pela desistência de
Agripino para anunciar José Jorge
como nome de consenso, logo
após a reunião da Executiva, na
manhã de hoje. Mas Agripino disse que não recuará.
Os dois senadores têm apoio de
grupos distintos no Congresso.
Líder do partido no Senado, Agripino é o preferido da chamada ala
pefelista ligada a Antonio Carlos
Magalhães (BA). Também tem o
apoio velado de parte da cúpula
do PSDB que coordena a campanha de Alckmin. Do outro lado,
José Jorge tem maioria entre prefeitos e governadores do partido.
Na Câmara, o placar é similar.
A demora na escolha do vice
também tem gerado queixas do
PSDB. Oficialmente, Alckmin
afirma que trabalha com a data de
15 de maio como prazo e que não
interferirá para dirimir o impasse.
"Temos que saber conviver com o
processo democrático, que é
cheio de caminhos", afirmou.
Aliança nos Estados
Outro fator que tem incomodado os tucanos é a dificuldade para
desatar alguns nós que impedem
a aliança formal entre os partidos
em determinados Estados, o que
restringe palanque para Alckmin.
Atualmente, a situação mais crítica está na Bahia, em Sergipe, no
Maranhão e no Distrito Federal.
Mas, incomodados com a estagnação da campanha, os líderes tucanos sugeriram a Alckmin que
intensifique a agenda de viagens
sem esperar pela consolidação de
palanques nos Estados.
Em reunião ontem, o presidente
do PSDB, Tasso Jereissati (CE),
sugeriu que o ex-governador
Alckmin visite até os Estados onde a aliança enfrenta problemas.
Nos próximos 15 dias, ele deverá
passar por todos os Estados nordestinos, inclusive a Bahia. "A
campanha não pode parar por
causa disso", afirmou Tasso.
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