São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tucano vai a Minas para dissipar boatos de que Aécio apóia Itamar

ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Minas Gerais entrou na lista das próximas viagens do presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin. A visita deve ocorrer entre os dias 4 e 5 de maio para dissipar rumores de que o governador tucano Aécio Neves, que elogiou recentemente Itamar Franco, pré-candidato do PMDB, estaria "acendendo velas para dois santos".
O comando da campanha tucana também estuda a possibilidade de que a convenção nacional do PSDB, que vai ratificar o nome de Alckmin, seja em Belo Horizonte. Além de afastar a idéia de cristiniazação do tucano, a intenção é neutralizar o efeito negativo que a candidatura de Itamar pode ter sobre as intenções de voto de Alckmin no Estado. Ontem, em suas conversas, Alckmin manifestou preocupação com o PMDB -"Alguém sabe o resultado da reunião do PMDB?"- e procurou caciques do partido, como Michel Temer e Orestes Quércia.
Um dia após conclamar o "enfrentamento ao PT" em jantar com deputados do PFL, Alckmin, se lançou na ofensiva contra Luiz Inácio Lula da Silva. Atendendo a orientações dos aliados, Alckmin criticou duramente o PT e o governo federal. Ao comentar propaganda petista em rádio e TV, acusou Lula e o partido de mergulharem num "mar de ilegalidade".
Nela, o PT compara números das gestões Lula e FHC. O PSDB entrou com representação para que ela seja suspensa, por ser "campanha eleitoral fora de época". "O que estamos vendo é um mau início do PT e do Lula. Nem começou a campanha, é um mar de ilegalidade", afirmou o tucano.
O ex-governador tergiversou ao responder se está disposto a defender Fernando Henrique de possíveis ataques ao longo da campanha. Para ele, "é até um equívoco ficar olhando para trás". Ele disse que não é a comparação de números que está em jogo. "Depois que tiver convenção, pode fazer campanha com tranqüilidade. Pode fazer comparação. Se forem injustos, incorretos, é claro, nós vamos defender [FHC]".
Na véspera, num jantar com a bancada do PFL, Alckmin já tinha prometido subir o tom: "Seremos duros com os nossos adversários. Seremos duros com o PT. Em São Paulo, crescemos com o enfrentamento ao PT. Quem gosta do PT está ali, quem não gosta, aqui".
O jantar, oferecido pelo deputado Osório Adriano (PFL-DF) a pedido do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), visava aproximar o pré-candidato dos parlamentares pefelistas e romper a resistência de parte da bancada que preferia José Serra.
O discurso mais ácido também contempla uma reivindicação dos líderes de oposição no Congresso, que avaliam que é hora de subir o tom em relação a Lula. Ontem, ele voltou a disparar contra a condução da economia e chamou a política fiscal de "frouxa". (CS e SN)


Texto Anterior: PFL estuda prévia para escolher vice de Alckmin
Próximo Texto: Encontro do PMDB reforça divergências
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.