São Paulo, terça, 20 de maio de 1997.



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REELEIÇÃO
Geddel Vieira trabalha contra comissão; oposição reapresenta pedido hoje
Líder do PMDB tenta tirar 14 nomes da lista pró-CPI

OSWALDO BUARIM JR.
LÚCIO VAZ
da Sucursal de Brasília

O PMDB começou ontem mesmo a agir para impedir a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra de votos de deputados a favor da emenda da reeleição.
O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), disse à Folha que conversou com 14 deputados que assinaram a lista e pediu que "retirassem seus nomes do grupo de parlamentares que apóiam a CPI".
Segundo Geddel, "a maioria dos deputados" com quem conversou prometeu retirar o apoio à CPI, "assim que o projeto chegar à Mesa da Câmara".
O bloco de oposição ao governo na Câmara reapresenta hoje projeto que cria a CPI. Ontem, às 19h30, a lista de apoio à CPI tinha 210 assinaturas de deputados. Enquanto a oposição tentava arregimentar novas assinaturas, os governistas agiam no bastidor.
Segundo Geddel Vieira Lima, o partido só vai decidir oficialmente se apóia ou não a CPI "depois de conhecer o relatório da comissão de sindicância que investiga a compra de votos".
A comissão foi criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, que pressiona para que os deputados investigadores apresentem hoje suas conclusões.
A idéia dos líderes dos partidos governistas é esvaziar a CPI a partir da apresentação do pedido de cassação de Ronivon Santigo e João Maia, ambos do Acre, que, em conversas gravadas, revelaram ter recebido dinheiro em troca de voto a favor da reeleição.
Erro
Mais dois deputados aderiram à proposta de criação de CPI: Gervásio Oliveira (PSB-AP) e Hugo Biehl (PPB-SC).
A liderança do PT, que coordena o recolhimento de assinaturas para a CPI em nome da oposição, reconheceu ter incluído na lista de apoio o nome de oito deputados que não assinaram o documento.
O PT informou que houve erro de digitação dos nomes. O partido espera cobrir a diferença hoje com novas adesões.
O presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), disse que apoiará a CPI, junto com outros integrantes da Executiva nacional do partido, como o deputado Marcelo Barbieri (SP) e a deputada Rita Camata (ES).
O deputado Osvaldo Biolchi (PTB-RS), que havia assinado o projeto na semana passada, pediu que à Mesa da Câmara que seu nome seja retirado da lista de apoio à CPI assim que o projeto for reapresentado.
Um ato público dos partidos de oposição, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, vai marcar esta tarde a nova entrega do pedido de criação da CPI.
Os presidentes de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PDT, Leonel Brizola, estarão em Brasília para a manifestação.



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