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REELEIÇÃO
Geddel Vieira trabalha contra comissão; oposição reapresenta pedido hoje
Líder do PMDB tenta tirar
14 nomes da lista pró-CPI
OSWALDO BUARIM JR.
LÚCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
O PMDB começou ontem
mesmo a agir
para impedir a
instalação da
CPI (Comissão
Parlamentar de
Inquérito) para
investigar a compra de votos de
deputados a favor da emenda da
reeleição.
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), disse à
Folha que conversou com 14 deputados que assinaram a lista e pediu que "retirassem seus nomes
do grupo de parlamentares que
apóiam a CPI".
Segundo Geddel, "a maioria dos
deputados" com quem conversou
prometeu retirar o apoio à CPI,
"assim que o projeto chegar à Mesa da Câmara".
O bloco de oposição ao governo
na Câmara reapresenta hoje projeto que cria a CPI. Ontem, às 19h30,
a lista de apoio à CPI tinha 210 assinaturas de deputados. Enquanto a
oposição tentava arregimentar novas assinaturas, os governistas
agiam no bastidor.
Segundo Geddel Vieira Lima, o
partido só vai decidir oficialmente
se apóia ou não a CPI "depois de
conhecer o relatório da comissão
de sindicância que investiga a
compra de votos".
A comissão foi criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer,
que pressiona para que os deputados investigadores apresentem
hoje suas conclusões.
A idéia dos líderes dos partidos
governistas é esvaziar a CPI a partir da apresentação do pedido de
cassação de Ronivon Santigo e
João Maia, ambos do Acre, que,
em conversas gravadas, revelaram
ter recebido dinheiro em troca de
voto a favor da reeleição.
Erro
Mais dois deputados aderiram à
proposta de criação de CPI: Gervásio Oliveira (PSB-AP) e Hugo Biehl
(PPB-SC).
A liderança do PT, que coordena
o recolhimento de assinaturas para a CPI em nome da oposição, reconheceu ter incluído na lista de
apoio o nome de oito deputados
que não assinaram o documento.
O PT informou que houve erro
de digitação dos nomes. O partido
espera cobrir a diferença hoje com
novas adesões.
O presidente nacional do PMDB,
deputado Paes de Andrade (CE),
disse que apoiará a CPI, junto com
outros integrantes da Executiva
nacional do partido, como o deputado Marcelo Barbieri (SP) e a deputada Rita Camata (ES).
O deputado Osvaldo Biolchi
(PTB-RS), que havia assinado o
projeto na semana passada, pediu
que à Mesa da Câmara que seu nome seja retirado da lista de apoio à
CPI assim que o projeto for reapresentado.
Um ato público dos partidos de
oposição, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados,
vai marcar esta tarde a nova entrega do pedido de criação da CPI.
Os presidentes de honra do PT,
Luiz Inácio Lula da Silva, e do
PDT, Leonel Brizola, estarão em
Brasília para a manifestação.
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