São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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Jader acusa BC para rebater Pedro Malan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Acusado pela área econômica de protelar a votação de um empréstimo de US$ 757,5 milhões do Banco Mundial, o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-BA), reagiu ontem.
"O andamento [da votação" é normal. Essa é a diferença entre uma Casa legislativa e o Banco Central, que apenas em horas liberou US$ 1,6 bilhão do consumidor para dois bancos falidos. E depois montou um processo para justificar o seu gesto", disse Jader.
O presidente do Senado referia-se ao socorro prestado pelo BC aos bancos Marka e FonteCindam na crise cambial de janeiro de 1999, que chegou a ser objeto de uma CPI do Senado. O banqueiro Salvatore Cacciola (Marka), cuja prisão foi decretada pela Justiça na sequência das investigações feitas, até hoje está foragido.
Para a equipe econômica, Jader estaria retardando a votação do empréstimo em represália ao presidente do BC, Armínio Fraga, que sugeriu ao Ministério Público do Pará a continuidade das investigações sobre desvios do Banpará (banco estadual paraense) que teriam beneficiado familiares do senador.
Segundo Jader, o pedido de empréstimo está seguindo os trâmites do Senado. Recebido em 5 de março, no mesmo dia o projeto foi encaminhado à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
No dia 10 de abril, o senador José Agripino (PFL-RN) foi designado relator na CAE. No dia 24 de abril, apresentou relatório. O senador Jefferson Peres (PDT-AM) pediu vistas.
Em 26 de abril, Peres devolveu o projeto e ele foi aprovado na CAE. No dia 3 deste mês, segundo planilha divulgada por Jader, o pedido foi encaminhado à Secretaria Geral da Mesa. Ontem, foi lido em plenário e encaminhado à publicação. Na próxima terça-feira deve ser lido em plenário. Será então aberto um prazo de cinco sessões para emendas.
Neste período, os líderes podem pedir urgência para a votação. Desde que o projeto começou a tramitar, segundo Jader Barbalho, nenhum líder do governo pediu urgência para que andasse mais rápido.

Queixas
Malan também havia se queixado a FHC de um empréstimo de US$ 190,99 milhões (218,19 milhões de euros) do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) destinados a financiar parte de um projeto de crédito fundiário do governo.
Mas Jader Barbalho tratou de desarmar essa vertente do conflito co o Palácio do Planalto ao incluir a aprovação do crédito na pauta do plenário.
Além disso, existem outros processos com tramitação atrasada. Desde dezembro, o senador Wellington Roberto (PMDB-PB) assumiu a relatoria de operação de crédito de US$ 180 milhões, dinheiro do Bird para investir no gasoduto Brasil-Bolívia.
Apesar das pressões que tem recebido dos senadores integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Wellington Roberto ainda não apresentou seu relatório.



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