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Jader acusa BC para
rebater Pedro Malan
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acusado pela área econômica
de protelar a votação de um empréstimo de US$ 757,5 milhões do
Banco Mundial, o presidente do
Senado, Jader Barbalho (PMDB-BA), reagiu ontem.
"O andamento [da votação" é
normal. Essa é a diferença entre
uma Casa legislativa e o Banco
Central, que apenas em horas liberou US$ 1,6 bilhão do consumidor para dois bancos falidos. E depois montou um processo para
justificar o seu gesto", disse Jader.
O presidente do Senado referia-se ao socorro prestado pelo BC
aos bancos Marka e FonteCindam na crise cambial de janeiro
de 1999, que chegou a ser objeto
de uma CPI do Senado. O banqueiro Salvatore Cacciola (Marka), cuja prisão foi decretada pela
Justiça na sequência das investigações feitas, até hoje está foragido.
Para a equipe econômica, Jader
estaria retardando a votação do
empréstimo em represália ao presidente do BC, Armínio Fraga,
que sugeriu ao Ministério Público
do Pará a continuidade das investigações sobre desvios do Banpará (banco estadual paraense) que
teriam beneficiado familiares do
senador.
Segundo Jader, o pedido de empréstimo está seguindo os trâmites do Senado. Recebido em 5 de
março, no mesmo dia o projeto
foi encaminhado à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).
No dia 10 de abril, o senador José Agripino (PFL-RN) foi designado relator na CAE. No dia 24 de
abril, apresentou relatório. O senador Jefferson Peres (PDT-AM)
pediu vistas.
Em 26 de abril, Peres devolveu o
projeto e ele foi aprovado na CAE.
No dia 3 deste mês, segundo planilha divulgada por Jader, o pedido foi encaminhado à Secretaria
Geral da Mesa. Ontem, foi lido em
plenário e encaminhado à publicação. Na próxima terça-feira deve ser lido em plenário. Será então
aberto um prazo de cinco sessões
para emendas.
Neste período, os líderes podem
pedir urgência para a votação.
Desde que o projeto começou a
tramitar, segundo Jader Barbalho,
nenhum líder do governo pediu
urgência para que andasse mais
rápido.
Queixas
Malan também havia se queixado a FHC de um empréstimo de
US$ 190,99 milhões (218,19 milhões de euros) do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) destinados
a financiar parte de um projeto de
crédito fundiário do governo.
Mas Jader Barbalho tratou de
desarmar essa vertente do conflito co o Palácio do Planalto ao incluir a aprovação do crédito na
pauta do plenário.
Além disso, existem outros processos com tramitação atrasada.
Desde dezembro, o senador Wellington Roberto (PMDB-PB) assumiu a relatoria de operação de
crédito de US$ 180 milhões, dinheiro do Bird para investir no
gasoduto Brasil-Bolívia.
Apesar das pressões que tem recebido dos senadores integrantes
da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Wellington Roberto ainda não apresentou seu
relatório.
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