São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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PAINEL

Ghost-writer
No Congresso, há quem veja o dedo de José Dirceu no novo disparo do PL contra a equipe econômica. Na véspera da divulgação do texto, Valdemar Costa Neto esteve com o chefe da Casa Civil. Avisou-o do que faria e não foi desaconselhado.

Ciclo migratório
Já que o PL virou sinônimo de dor de cabeça, o Planalto acaricia a idéia de desidratar a bancada do partido na Câmara, artificialmente inchada no primeiro ano do governo Lula. Com um empurrãozinho, alguns deputados bem poderiam migrar para outros partidos da base.

Causa e efeito
No Planalto, estabeleceu-se relação entre a defesa feita por Dirceu de um "pacto" para enfrentar crises e a decisão do Copom de não mexer nos juros.

Vai ou racha
Lula e José Dirceu insistiram para que João Paulo Cunha colocasse em votação ontem a emenda que permite reeleger os presidentes da Câmara e do Senado. Argumentaram que o adiamento só aumentaria o desgaste do governo e do deputado.

Todas as causas
Em oração ao Padre Cícero e num culto evangélico, João Paulo não pediu apenas que a reeleição fosse aprovada. São-paulino doente, o presidente da Câmara rezou também para que seu time superasse o Deportivo Táchira pela Taça Libertadores.

Tudo pela transparência
Do senador Renan Calheiros, pré-candidato à presidência do Senado e arquiinimigo da reeleição: "Além de perpetuar o poder nas mãos de poucos, ela cria métodos de convencimento heterodoxos e ultrapassados".

Sonho meu
Em entrevista publicada em dezembro, o petista Jorge Bittar, então relator do Orçamento, disse que havia recursos para um salário mínimo de R$ 276.

Marca do pênalti
A situação de Humberto Costa no governo, que já não era boa, ficou péssima com a prisão de seu afilhado político no escândalo da compra de hemoderivados. Há a chance de o ministro da Saúde deixar o cargo assim que voltar ao Brasil, amanhã.

Transfusão
Preso ontem pela Polícia Federal, Luiz Cláudio Gomes da Silva, coordenador da comissão de licitação do Ministério da Saúde, desembolsou R$ 3.000 para a campanha de Humberto Costa ao governo pernambucano nas eleições 2002.

Se colar, colou
Para serristas, não foi à toa que a investida da PF no Ministério da Saúde recebeu o nome de Operação Vampiro, mesma espécie usada por Marta Suplicy para se referir ao ex-ministro em discurso na sexta-feira.

Marco Polo
Geraldo Alckmin não chegará à China de mãos abanando. O tucano mandou confeccionar um bem cuidado livro, escrito em mandarim, com dados sobre São Paulo. O volume traz encartado um CD em que a Osesp interpreta clássicos da MPB.

Ataque especulativo
A candidatura de Arnaldo Jardim a prefeito paulistano, definida em pré-convenção do PPS, está sob ataque de adversários dentro do partido. João Herrmann, nome do agrado do PT, voltou à caça de votos para a convenção final de junho.

Visitas à Folha
Francisco Valim, presidente da Net Serviços de Comunicação, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do diretor de Marketing, Ciro Kawamura.
 
Paulo Maluf, ex-governador, ex-prefeito e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PP, visitou ontem a Folha .

TIROTEIO

Do ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega sobre o manifesto do PL contra a política econômica de Lula:
-Ultrapassado na idéia de reproduzir o "New Deal", equivocado no diagnóstico de crise, populista nas propostas e nulo nos efeitos. Ninguém se abalou. A Bolsa subiu, o dólar caiu, o prêmio de risco melhorou.

CONTRAPONTO

Saudações iniciais

No segundo turno da eleição municipal paulistana de 2000, o então governador Mário Covas pediu a seu vice, Geraldo Alckmin, que fosse negociar com o senador Eduardo Suplicy o apoio dos tucanos à candidata do PT, Marta Suplicy.
Alckmin, hoje no Palácio dos Bandeirantes, havia ficado em terceiro lugar no primeiro turno da disputa pela prefeitura, atrás da petista, à época casada com o senador, e de Paulo Maluf.
O tucano partiu para o encontro ao final de seu expediente, por volta das 20h. De cara, Suplicy iniciou uma explanação sobre seu projeto de renda básica, acompanhado de um rapaz que ouvia tudo atentamente.
Quando o relógio se aproximava da meia-noite, o senador parou de falar, mas não sem antes surpreender Alckmin:
-Bom, fiz um prólogo. Agora falará este rapaz, que concluiu mestrado sobre a renda básica.


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