São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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Chineses agora poderão fazer turismo no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiver na China, o governo daquele país irá anunciar oficialmente ter concedido ao Brasil o status de "destino autorizado" para turistas chineses. Hoje, o único país da América Latina que tem ADS (sigla em inglês para destino autorizado) é Cuba.
O ADS é um termo pelo qual o país se compromete a não discriminar os turistas chineses nas áreas de fronteira. "Os chineses já foram vítimas de preconceito em vários países, mas não há mais sentido em ver a China como país que emite imigrantes ilegais", disse Pedro Wendler, diretor do departamento de Relações Internacionais do Ministério do Turismo.
Sem o ADS, os 15 mil turistas chineses que vieram ao Brasil no ano passado estiveram aqui a negócios e, para sair do seu país, precisaram de uma carta-convite enviada por um brasileiro.
No ano passado, a China enviou 20 milhões de turistas para o exterior, a maioria para países da Ásia.
A expectativa das operadoras de turismo chinesas é que até 2020 o número de pessoas que viajam para o exterior chegue a 100 milhões por ano. O país tem 1,28 bilhão de habitantes.
Segundo um estudo de mercado do Ministério do Turismo, a assinatura do acordo poderá trazer ao Brasil 100 mil turistas chineses por ano a partir de 2008. Esse é o prazo que o governo estima ser necessário para que as operadoras chinesas divulguem o Brasil como rota turística.
O estudo descreve hábitos dos chineses em viagem. Cada turista, por exemplo, gasta, em média, US$ 1.000 com lembranças para familiares e amigos em viagens que duram de cinco a sete dias.
Também segundo o estudo, os chineses bebem pouco álcool e, diferentemente da maioria dos turistas que vêm ao Brasil, não gostam de ir à praia. Preferem locais históricos, como Ouro Preto e Diamantina, ambos em Minas Gerais, ou de natureza "exuberante", caso da Amazônia e de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Trinta e cinco empresários do setor de turismo farão parte da comitiva de Lula na China.
(GABRIELA ATHIAS)


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