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Rossetto nega desordem no campo
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Miguel Rossetto
(Desenvolvimento Agrário) disse
ontem que o país "não corre nenhum risco de descontrole" em
relação às ações dos sem-terra.
Segundo ele, "não há nenhum dado que justifique" tal previsão.
A declaração foi uma resposta
ao presidente do Grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes,
que afirmou que o país caminha
para a "anarquia total" por causa
das invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) a fazendas produtivas.
Uma área da empresa, no interior
de SP, foi invadida no domingo.
"Não há nenhum risco de desordem no campo. Não há nenhum dado que justifique esse tema", disse, ao ser questionado sobre as afirmações do empresário.
Em seguida, deu um recado aos
sem-terra, que não têm poupado
as invasões de áreas produtivas.
"Temos uma postura muito clara
e estamos exercitando isso. O Brasil tem leis, normas e regras, e todos devem respeitar essas condutas. Temos instituições e responsabilidades claras nos governos
federal, estadual e municipal."
Rossetto recebeu, no Planalto,
representantes da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura). Desde anteontem, cerca de 3.000 agricultores ligados à entidade estão acampados em Brasília. A manifestação faz parte do Grito da Terra.
A Contag ouviu de Rossetto a
promessa de que a verba do próximo Plano Safra (julho de 2004 a
junho de 2005) saltará dos atuais
R$ 5,4 bilhões para R$ 7 bilhões.
Nos próximos dias, o governo
promete desapropriar 100 mil ha
para a reforma agrária, suficiente
para assentar 3.000 famílias.
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