A agência chinesa Xinhua destacava ontem que Lula vai à China, no fim de semana, em busca não só de comércio, mas de "parceria estratégica",.
Mas o "Financial Times", com um pacote que abrangia longa reportagem, editorial e até debate na seção de cartas, concentrou-se no comércio.
Sob o título "Brasileiros clamam por comércio com a China", a reportagem descreveu os "objetivos ambiciosos" e a disputa por lugar na comitiva:
- Os empresários brigam para subir à carruagem.
Uma entrevista com o ministro Luiz Furlan deu a linha do texto. Furlan, segundo o jornal econômico britânico, faz sua décima viagem à China desde que virou ministro.
No editorial, o "FT" sugeriu cautela a Lula. Afirmou que a viagem "sublinha uma tendência de importância crescente no último ano e meio", desde que Lula tomou posse, com as "saudáveis" importações chinesas da América Latina.
Não só Brasil, mas Argentina, Chile, Peru e "até mesmo Cuba" têm muito a ganhar com a aproximação comercial, disse o editorial, que no entanto encerrou com um aviso:
- Seria equivocado ignorar a importância da China e de outros grandes mercados asiáticos, como a Índia, para a América Latina no longo prazo. Mas esses mercados não representam uma alternativa fácil ao comércio com as grandes economias desenvolvidas da América do Norte e da Europa.
Nas cartas, um leitor acrescentou que "países como o Brasil agora olham para a China", mas questiona que possam "replicar" o modelo chinês:
- A história de desenvolvimento da China deve ser celebrada, mas não beatificada.
 
O site da americana "Forbes" também dedica longa reportagem à viagem de Lula à China, em que ouve Riordan Roett, da universidade Johns Hopkins:
- Claramente há uma nova visão, na administração Lula, sobre onde o Brasil deve chegar e qual deve ser sua posição ao longo da próxima década. O grau com que Lula foi capaz de unir atores internacionais tão díspares é realmente muito impressionante.

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