|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tasso promete corte de cargos
e ministérios
DE NOVA YORK
Além de criticar o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e comentar a situação da segurança pública, o presidente do PSDB, senador
Tasso Jereissati (CE), delineou
ontem em palestra a cerca de 40
pessoas no Conselho das Américas, em Nova York parte da plataforma do partido à Presidência,
com especial atenção ao enxugamento da máquina pública federal: o corte de metade dos ministérios e a redução em 40% dos
cargos comissionados.
"Na gestão eficiente de governo,
temos uma diferença ideológica
com o PT. Eles tem 35 ministérios, nós podemos trabalhar com
17. Podemos também reduzir em
40% o número de funcionários
em cargos comissionados", previu Tasso. "Eles gostam do Estado
grande e pesado, cheio de regulamentação."
Hoje o governo petista tem 33
pastas ministeriais. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) terminou o seu segundo mandato em 2002 com 26 ministérios. Na esfera federal, há hoje 21.428 cargos de confiança, dos
quais 2.268 foram criados na gestão Lula.
Segundo Tasso, essa estratégia
ajuda a reduzir os gastos de governo sem afetar programas sociais,
o que abre espaço para mais investimento privado e pode propulsionar o crescimento -tese
que agrada investidores.
O senador rejeitou, no entanto,
colocações recentes do economista Edmar Bacha em Nova York,
de que o país precisa de um "choque de capitalismo". "Eu concordo com 80% do que Bacha diz.
Mas ele é um pouco liberal demais para nosso partido", disse.
PT x Meirelles
Sobre a plataforma econômica,
o presidente do PSDB lembrou
que o rigor fiscal não é invenção
deste governo. Citou as brigas entre o PT e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles
-hoje visto como uma espécie de
avalista da economia no cenário
internacional após a saída de Antonio Palocci da Fazenda.
"Temos brigas diárias entre o
Banco Central e o PT. O PT odeia
o Meirelles, e o Meirelles odeia o
PT. Ele sempre precisa tomar
mais cuidado do que seria preciso
num governo normal", disse Tasso a uma platéia formada por investidores e empresários estrangeiros. Entre os convidados, o novo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Paulo Vieira da
Cunha.
O senador acrescentou que "a
política fiscal do governo neste
ano está muito solta" e destacou
que o PSDB irá priorizar uma nova reforma da Previdência, além
das mudanças administrativas.
Dentro da questão energética,
Tasso também fez a avaliação de
que a nacionalização do gás boliviano, feita pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, no último dia
1º, não vai afetar Lula tanto quanto era inicialmente previsto. Avaliou que o preço do gás não vai
mudar antes das eleições porque
Lula e Evo Morales são, segundo
sua definição, "amigos" e "hermanos". Mas cutucou também o
projeto brasileiro com a Venezuela de Hugo Chávez de construção
de um gasoduto conjunto. "É
uma piada, todo mundo sabe",
disse o tucano.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Eleições 2006: Lembo reitera crítica e ironiza Alckmin e Serra Índice
|