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Lula desautoriza discussão sobre outros nomes
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Da China, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ordenou
ontem a seus principais auxiliares que ficaram no Brasil que
impeçam o PT de abrir qualquer discussão pública sobre a
eventual substituição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil)
como candidata ao Planalto.
Lula também reforçou a determinação para minimizar o
debate congressual sobre um
eventual terceiro mandato.
As recomendações do presidente foram transmitidas à cúpula do PT depois de ele se informar com auxiliares sobre o
estado de saúde de Dilma, que
se sentiu mal anteontem e teve
de ser medicada em São Paulo.
Lula quer evitar a discussão
sobre um "Plano B", apesar de,
nos bastidores, petistas e aliados, especialmente do PMDB,
já terem começado a especular
sobre nomes que poderiam
substituir Dilma como candidata. Resumindo: o jogo continua com Dilma até Lula dizer o
contrário. Na complicada hipótese de troca, o presidente tiraria o nome do bolso do colete.
A internação de Dilma, que
faz quimioterapia preventiva
contra câncer, despertou preocupação entre petistas e aliados
no momento em que uma pesquisa feita pelo PT teria apontado uma intenção de voto na
casa dos 20% para a ministra.
Opção Palocci
Sob reserva, petistas e aliados dizem que será preciso
aguardar alguns meses para
confirmar a candidatura da ministra ou mudar os planos. Dizem que será necessário que,
até outubro ou novembro, ela
mostre gozar de boa saúde para
viabilizar sua postulação. Do
contrário, o candidato teria de
ser outro. O nome mais forte do
PT para esse papel é do ex-ministro Antonio Palocci Filho.
Ministros e petistas dizem
que Palocci demonstra confiança em relação ao julgamento que será feito em breve pelo
Supremo Tribunal Federal sobre a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
Ainda que o STF não abra
processo contra Palocci, haveria a marca ruim da suspeita de
crime contra uma pessoa do
povo. Não seria fácil viabilizar a
sua candidatura presidencial,
apesar de, sob o aspecto político e financeiro, ele ter grande
simpatia do empresariado.
Além de Palocci, o ministro
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o governador
da Bahia, Jaques Wagner, são
vistos como opções. Nas palavras de uma auxiliar do presidente, "seriam invenções do
Lula". Ou seja, há fragilidades
que teriam de ser compensadas
pela participação expressiva do
presidente nos palanques.
Apreensivos, peemedebistas
já falam reservadamente na
possibilidade de o partido apresentar um candidato, mas é algo muito incipiente. Seria uma
operação que teria de contar
com o aval do PT, algo complicado, e com a bênção de Lula.
Três nomes surgiram ontem
em especulações do PMDB: os
governadores Roberto Requião
(PR) e Sérgio Cabral (RJ), além
do presidente do partido, Michel Temer (SP). Temer também poderia ser vice em uma
chapa encabeçada pelo mineiro
Patrus ou pelo carioca Wagner.
No PSB, o potencial candidato é o ex-ministro e deputado
Ciro Gomes (CE). Mas petistas
e aliados avaliam que o temperamento de Ciro é um obstáculo para arregimentar apoios.
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