São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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Lula desautoriza discussão sobre outros nomes

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Da China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou ontem a seus principais auxiliares que ficaram no Brasil que impeçam o PT de abrir qualquer discussão pública sobre a eventual substituição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata ao Planalto.
Lula também reforçou a determinação para minimizar o debate congressual sobre um eventual terceiro mandato.
As recomendações do presidente foram transmitidas à cúpula do PT depois de ele se informar com auxiliares sobre o estado de saúde de Dilma, que se sentiu mal anteontem e teve de ser medicada em São Paulo.
Lula quer evitar a discussão sobre um "Plano B", apesar de, nos bastidores, petistas e aliados, especialmente do PMDB, já terem começado a especular sobre nomes que poderiam substituir Dilma como candidata. Resumindo: o jogo continua com Dilma até Lula dizer o contrário. Na complicada hipótese de troca, o presidente tiraria o nome do bolso do colete.
A internação de Dilma, que faz quimioterapia preventiva contra câncer, despertou preocupação entre petistas e aliados no momento em que uma pesquisa feita pelo PT teria apontado uma intenção de voto na casa dos 20% para a ministra.

Opção Palocci
Sob reserva, petistas e aliados dizem que será preciso aguardar alguns meses para confirmar a candidatura da ministra ou mudar os planos. Dizem que será necessário que, até outubro ou novembro, ela mostre gozar de boa saúde para viabilizar sua postulação. Do contrário, o candidato teria de ser outro. O nome mais forte do PT para esse papel é do ex-ministro Antonio Palocci Filho.
Ministros e petistas dizem que Palocci demonstra confiança em relação ao julgamento que será feito em breve pelo Supremo Tribunal Federal sobre a violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa.
Ainda que o STF não abra processo contra Palocci, haveria a marca ruim da suspeita de crime contra uma pessoa do povo. Não seria fácil viabilizar a sua candidatura presidencial, apesar de, sob o aspecto político e financeiro, ele ter grande simpatia do empresariado.
Além de Palocci, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o governador da Bahia, Jaques Wagner, são vistos como opções. Nas palavras de uma auxiliar do presidente, "seriam invenções do Lula". Ou seja, há fragilidades que teriam de ser compensadas pela participação expressiva do presidente nos palanques.
Apreensivos, peemedebistas já falam reservadamente na possibilidade de o partido apresentar um candidato, mas é algo muito incipiente. Seria uma operação que teria de contar com o aval do PT, algo complicado, e com a bênção de Lula.
Três nomes surgiram ontem em especulações do PMDB: os governadores Roberto Requião (PR) e Sérgio Cabral (RJ), além do presidente do partido, Michel Temer (SP). Temer também poderia ser vice em uma chapa encabeçada pelo mineiro Patrus ou pelo carioca Wagner.
No PSB, o potencial candidato é o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (CE). Mas petistas e aliados avaliam que o temperamento de Ciro é um obstáculo para arregimentar apoios.


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