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JANIO DE FREITAS
Prova oficial
O aumento do preço de telefonemas, a ser oficializado hoje, é mais um desmentido
do governo ao governo e ao presidente.
O fim da indexação, sempre
proclamado por Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan
quando se trata de diminuir as
perdas de aposentados, funcionários e assalariados, não existe
quando se trata de beneficiar,
mesmo que sem justificativa
econômica, os novos donos das
ex-estatais.
O aumento das tarifas telefônicas foi fixado com igualdade
ao Índice Geral de Preços, 12%
anuais. O argumento do governo é que a correção está prevista
no contrato de entrega das telefônicas a empresas privadas. É
verdade. E, sobretudo, é a prova
oficial de que a indexação não
está extinta e que o governo a
preserva para beneficiar setores
já favorecidos pelo processo privatizador, cujos métodos estão
hoje condenados mesmo por
fortes adeptos da privatização.
Nada justifica que o preço de
um telefonema seja onerado por
índice de inflação. Mas explicação existe: com as seguidas "correções", os novos donos das ex-estatais fazem investimentos
com dinheiro recebido a mais
dos usuários, em substituição a
dinheiro próprio.
Reação já
A batalha em defesa dos medicamentos genéricos continua. O
Ministério da Saúde, por intermédio da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, não pára
nem cede. Mas, pelo visto, só
tem um caminho, a partir de
agora: é adotar um rigor implacável.
A constatação de que já lançam genéricos com preços acima
dos remédios de marca, quando
deveriam custar no mínimo
30% menos, requer mais do que
advertência ou coisa do gênero.
A produção de genéricos recebe
estímulos oficiais.
A única reação justa aos preços desonestos fixados pelo Laboratório Teuto é a cassação da
licença que lhe foi concedida para produção e venda de alguns
genéricos. Do contrário, a malandragem logo será maior do
que o controle possível pela
Agência de Vigilância.
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