São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2000


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JANIO DE FREITAS
Prova oficial

O aumento do preço de telefonemas, a ser oficializado hoje, é mais um desmentido do governo ao governo e ao presidente.
O fim da indexação, sempre proclamado por Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan quando se trata de diminuir as perdas de aposentados, funcionários e assalariados, não existe quando se trata de beneficiar, mesmo que sem justificativa econômica, os novos donos das ex-estatais.
O aumento das tarifas telefônicas foi fixado com igualdade ao Índice Geral de Preços, 12% anuais. O argumento do governo é que a correção está prevista no contrato de entrega das telefônicas a empresas privadas. É verdade. E, sobretudo, é a prova oficial de que a indexação não está extinta e que o governo a preserva para beneficiar setores já favorecidos pelo processo privatizador, cujos métodos estão hoje condenados mesmo por fortes adeptos da privatização.
Nada justifica que o preço de um telefonema seja onerado por índice de inflação. Mas explicação existe: com as seguidas "correções", os novos donos das ex-estatais fazem investimentos com dinheiro recebido a mais dos usuários, em substituição a dinheiro próprio.

Reação já
A batalha em defesa dos medicamentos genéricos continua. O Ministério da Saúde, por intermédio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, não pára nem cede. Mas, pelo visto, só tem um caminho, a partir de agora: é adotar um rigor implacável.
A constatação de que já lançam genéricos com preços acima dos remédios de marca, quando deveriam custar no mínimo 30% menos, requer mais do que advertência ou coisa do gênero. A produção de genéricos recebe estímulos oficiais.
A única reação justa aos preços desonestos fixados pelo Laboratório Teuto é a cassação da licença que lhe foi concedida para produção e venda de alguns genéricos. Do contrário, a malandragem logo será maior do que o controle possível pela Agência de Vigilância.


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