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RELIGIÃO
Encontro discute violência
Líderes religiosos dão apoio a Estado palestino
PAULO DANIEL FARAH
DA REDAÇÃO
Representantes do judaísmo, do
cristianismo e do islamismo que
participaram do evento "Tolerância Religiosa" em São Paulo anteontem defenderam a criação de
um Estado palestino para pôr fim
à violência no Oriente Médio e citaram o Brasil como exemplo de
convivência harmoniosa.
"Eu acredito que a única solução política para que haja uma
paz justa e duradoura no Oriente
Médio é a criação de um Estado
palestino", disse o rabino Henry
Sobel, presidente do rabinato da
CIP (Congregação Israelita Paulista), questionado sobre a visão
religiosa a respeito da expansão
dos assentamentos judaicos nos
territórios ocupados. "Acho que
Israel se relacionaria melhor com
um Estado palestino do que com
palestinos revoltados", disse.
O xeque Muhammad Ragip traçou um panorama histórico do
Oriente Médio, argumentando
que "a questão do abismo só vai
ser resolvida com justiça e equidade". De acordo com Ragip, do
início do islamismo até o século
20, a convivência entre muçulmanos e judeus era boa, até o crescimento da imigração judaica para
a Palestina e a posterior criação
do Estado de Israel. "Não deve haver disputas entre nós", disse o líder muçulmano.
O cardeal d. Cláudio Hummes,
arcebispo de São Paulo, recordou
que o papa é a favor de "um Estado soberano para os dois povos, o
direito à segurança e à eliminação
da violência". D. Cláudio disse
que a religião sempre foi o centro
das culturas, "mas a grande maioria dos conflitos não é religiosa".
A descrição incluiria o confronto
no Oriente Médio. "É uma guerra
econômica, geopolítica, que envolve a questão de criar um outro
Estado, o Estado palestino, e a justiça entre ambos os povos. Em última análise não se trata de uma
guerra religiosa", disse à Folha.
Apesar de interrupções emotivas por parte da platéia, o evento
se pautou pela consonância de
que a religião deve servir de ponte
para a convivência pacífica.
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