São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

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PAINEL

Ao pé do ouvido
A implosão do salário mínimo no Senado fez crescer o peso das críticas à articulação política do governo feitas por Palocci a Lula. Cada vez mais, o presidente repete argumentos ouvidos de seu ministro da Fazenda.

Triste sina
A guerra do mínimo inverteu os sinais da política baiana. Relator dos R$ 275, o pefelista Cesar Borges virou herói do salário maior. Já o petista Nelson Pellegrino, igualmente candidato em Salvador, terá de votar pela segunda vez nos R$ 260 de Lula.

Solução de compromisso
Uma professora da Faculdade de Economia e Administração da USP é o nome de consenso entre os ministros Palocci, Dirceu e Márcio Thomaz Bastos para ocupar a presidência do Cade.

Heróis da resistência
A partir de amanhã, o BNDES realiza no Rio de Janeiro o seminário "Vargas e o Desenvolvimento", palco para o desfile de antipaloccistas que vão de Chico Alencar, deputado da esquerda petista, ao presidente do banco, Carlos Lessa, ligado ao PMDB.

PSOL 2006
Quem vê a redobrada contundência de Heloísa Helena no Senado não tem dúvida: a ex-petista já está em campanha pela Presidência da República.

Vias de fato
Participantes das sessões da CPI do Banestado acreditam que não está longe o dia em que o presidente, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e o relator, deputado José Mentor (PT-SP), trocarão uns tapas.

Miolo da picanha
A carne do churrasco que Lula ofereceu a convidados como a dupla Zezé di Camargo e Luciano, antes do arraial de sábado passado na Granja do Torto, foi um presente de José Carlos Bumlai, grande pecuarista de Mato Grosso do Sul e integrante do "Conselhão" do governo.

Terra arrasada
A exemplo do que fez na capital, a Executiva do PMDB paulista, sob o comando de Orestes Quércia, decretou intervenção em quatro cidades, entre elas Piracicaba e Catanduva. Na primeira, proibiu coligação com os tucanos. Na outra, com o PT.

Família Dó-Ré-Mi 1
Candidato em São Paulo pela terceira vez, Francisco Rossi não quer perder espaço em seu reduto. Além da filha, Ana Paula, que planeja disputar a Prefeitura de Osasco, Francisco Rossi Jr. sairá para vereador na cidade. Todos pelo nanico PHS.

Família Dó-Ré-Mi 2
O plano de vôo dos Rossi mudou na última hora. Em 2003, Ana Paula virou secretária do tucano Celso Giglio para selar a aliança do atual prefeito de Osasco com o patriarca da família. Mas o PSDB frustrou o sonho da moça de ser vice. O pai tomou as dores da herdeira.

Astro convidado
O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, coordenará a campanha do petista Emídio de Souza à Prefeitura de Osasco.

Sinais de melhora
Em sintonia com as metáforas médicas ao gosto de Palocci, o PT de Ribeirão Preto considera que a candidatura de Gilberto Maggioni à reeleição ainda está no hospital, mais deixou a UTI.

Oásis vermelho
Dos grandes municípios administrados pelo PT em São Paulo, Guarulhos é o que oferece o cenário mais confortável para o partido. No momento, Elói Pietá busca a reeleição com vantagem em relação a Jovino (PV) e Paschoal Tomeu (PTB).

Segunda opção
Rejeitado pelo PSB, o PT fechou com o PV em Santos. O verde Pablo Perez Greco desistiu da sua pré-candidatura a prefeito para ser o vice na chapa encabeçada por Telma de Souza.

TIROTEIO

Do líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia, sobre declaração de Lula segundo a qual o governo "tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil":
-Ele está certo. Nada como um dia depois do outro. Devagar se vai ao longe. E o futuro a Deus pertence.

CONTRAPONTO

Já vi esse filme

A mais recente reunião da Comissão de Orçamento da Câmara, realizada na semana passada, teve início bastante tumultuado.
Os ânimos estavam mais acirrados que de costume entre deputados do governo e da oposição. Não melhoraram quando o pefelista Pauderney Avelino (AM) começou a brandir, de um lado para outro da sala, estudo segundo o qual apenas as emendas de parlamentares aliados estariam sendo empenhadas.
Subitamente cansado da performance do colega, o presidente da comissão, Paulo Bernardo (PT-PR), desabafou:
-Me poupe. Eu fui o primeiro neobobo desta comissão!
Ele se referia à expressão cunhada por FHC para criticar os que lhe faziam oposição, entre outros motivos, por escassez de investimento social nos gastos do Orçamento. Então "do outro lado", Paulo Bernardo foi alvo do neologismo presidencial.


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